O desmonte da máquina-cinema: Pedro Costa e a estética do residual

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ISSN: 1807-8583
Editor Chefe: Basílio Sartor / Suely Fragoso
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Comunicação

O desmonte da máquina-cinema: Pedro Costa e a estética do residual

Ano: 2021 | Volume: 0 | Número: 52
Autores: Osmar Gonçalves dos Reis Filho, David leitão Aguiar
Autor Correspondente: Osmar Gonçalves dos Reis Filho | [email protected]

Palavras-chave: Pedro Costa, Máquina-cinema, Imagens técnicas, Dessubjetivação, Estética do residual

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Ao termino de Ossos (filme de 1997), rodado nas Fontainhas, gueto lisboeta de cabo-verdianos, Pedro Costa percebe-se afetado por suas experiências no bairro e vê suas afetações não se concretizarem em suas imagens. Entre Costa e o fenômeno “Fontainhas” havia a máquina-cinema: um poder maquínico que desregula corpos e fenômenos e os recompõem num regime de imagens incapaz de dar forma visual às realidades residuais. Segundo pesquisadores que dialogam com a teoria das imagens – Jean-Louis Comolli, Gilles Deleuze, Giorgio Agamben, Vilém Flusser, entre outros – as tecnologias de poder, e aqui ressaltamos os dispositivos midiático-imagéticos, administram a produção simbólica de uma realidade determinada, e têm por estratégia produzir subjetividades subservientes (ou dessubjetivações) em proveito de um determinado projeto político. Apostamos que Costa, sobretudo em Juventude em marcha (filme de 2006), ao estabelecer um método políticoestético para um subversivo regime de imagens, sua estética do residual, agenciará uma série de estratégias para efetuar um desmonte – ao menos uma remontagem – da máquina-cinema.



Resumo Inglês:

At the end of Ossos (movie from 1997), filmed in Fontainhas, Lisbon's ghetto of Cape Verdeans, Pedro Costa feels affected by his experiences in the neighborhood and sees his affects not materialized in his images. Between Costa and the “Fontainhas” phenomenon there was the cinema machine: a machine power that deregulates bodies and phenomena and recomposes them in an image regime incapable of giving visual shape to residual realities. According to researchers who dialogue with the theory of images - Jean-Louis Comolli, Gilles Deleuze, Giorgio Agamben, Vilém Flusser, among others - the technologies of power, and here we emphasize the media-imagery devices, manage the symbolic production of a determined reality, and have as strategy to produce subservient subjectivities (or desubjectivations) for the benefit of a determined political project. We bet that Costa, above all in Juventude on the march (movie from 2006), when establishing a political-aesthetic method for a subversive regime of images, his aesthetic of the residual, will manage a series of strategies to effect a disassembly - at least a reassembly - of the cinema machine.