O propósito deste artigo é evidenciar as relações produtivas entre as teorias da complexidade de Edgar Morin (1996) e o cinema, entendido a partir dessa moldura como arte complexa, prenunciadora de seu pensamento posterior. Joga-se aqui com a hipótese de que o entendimento do cinema como arte complexa pode ser relevante para a recente discussão sobre as diversas modalidades da visualização do filme, com o declínio percebido das salas de cinema como ponto de recepção do filme. Teoricamente serão mobilizados não apenas os aportes das teorias da complexidade e das redes culturais, mas também as contribuições específicas das teorias da forma cinematográfica e do cinema como prática social, também a partir de Morin (2014) e da discussão mais recente referente à ontologia do cinema, como se pode ver em Jacques Aumont (2012), entre outros autores.
Cinema has for some time been no longer seen, predominantly, in the cinema theatres. New ways of viewing the audiovisual currently point to the radical emergence of streaming platforms and film fruition migrates to the internet. It is in this context of the crisis of traditional film reception that critical reviews about the status of cinema once again appear in different theorists, such as Jacques Aumont (2012). The article seeks to mobilize the ideas of complexity developed by Edgar Morin (1996), listing his previous relationship with theories of cinema, showing the productive overlap of complexity with cinematic reflection. Based on this analysis, the text will seek to highlight new possibilities for reflecting on a possible ontology of cinema at the present timeconsidering its multiple reception possibilities.
El cine ya no se ve desde hace algún tiempo, predominantemente, en la sala de cine. Las nuevas formas de ver el audiovisual apuntan actualmente al surgimiento radical de las plataformas de streamingy la fructificación del cine migra a Internet. Es en este contexto de crisis de la recepción del cine tradicional donde vuelven a aparecer reseñas críticas sobre el estado del cine en diferentes teóricos, como Jacques Aumont (2012). El artículo busca movilizar las ideas de complejidad desarrolladas por Edgar Morin (1996), enumerando su relación previa con las teorías del cine, mostrando la superposición productiva de la complejidad con la reflexión cinematográfica. A partir de este análisis, el texto buscará destacar nuevas posibilidades para reflexionar sobre una posible ontología del cine en la actualidad, considerando sus múltiples formas de recepción.