Partindo de uma interpretação singular que os Karitiana, grupo Tupi-Arikem em Rondônia, propuseram para um evento que acompanharam pela televisão, este artigo pretende refletir sobre as relações entre a doença, a história e o meio-ambiente no contexto das relações interétnicas e dos graves e complexos problemas criados pelo contato para as sociedades indígenas nas terras baixas sul-americanas. O texto sugere que os Karitiana estão atentos aos diversos acontecimentos ao redor do planeta, e refletem sobre eles a partir de seus parâmetros cosmológicos. Assim, produzem comentários de alcance global que podem ser tomados como formas de conhecimento e crítica ambientais, ao abranger, por exemplo, as relações com a história, com o cosmos e com seus habitantes, humanos e não-humanos.