Ainda que Bachelard não explicite satisfatoriamente o tema e a vivência do silêncio no seu texto La flamme d’une chandelle (A chama de uma vela — 1961), tal não nos deve impedir que nos interroguemos sobre o referido tema. Com este objetivo, procuraremos, ao longo do nosso estudo e num primeiro momento, rastrear, dos pontos de vista do imaginário (“sonhar os devaneios”) e da filosofia (“pensar os pensamentos”), passagens que de algum modo reflitam o silêncio nas suas manifestações, ainda que mais indizíveis, o que não é, como se admite, uma tarefa fácil porque o silêncio na obra encontra-se ao nível latente. Num segundo momento, procuraremos refletir, do ponto de vista filosófico-hermenêutico, sobre o conjunto de imagens recolhido sobre o silêncio e afins, não deixando de lado a dimensão educacional subjacente ao longo da reflexão.