O ‘Ocupe o Cocó’: apontamentos para uma aproximação entre os direitos à resistência, à cidade e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado na luta em defesa do parque

Revista Brasileira de Direito Urbanístico | RBDU

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ISSN: 2448-1386
Editor Chefe: Ligia Maria Silva Melo de Casimiro; Alexandre Godoy Dotta
Início Publicação: 01/07/2015
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Administração, Área de Estudo: Arquitetura e urbanismo, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Engenharia ambiental, Área de Estudo: Engenharia civil, Área de Estudo: Engenharia de transportes, Área de Estudo: Engenharia elétrica, Área de Estudo: Engenharia sanitária, Área de Estudo: Multidisciplinar

O ‘Ocupe o Cocó’: apontamentos para uma aproximação entre os direitos à resistência, à cidade e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado na luta em defesa do parque

Ano: 2016 | Volume: 2 | Número: 2
Autores: João Alfredo Telles Melo
Autor Correspondente: João Alfredo Telles Melo | [email protected]

Palavras-chave: ocupe o Cocó, parque do Cocó, direito à resistência, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Pretende fazer uma apresentação da experiência do chamado “Ocupe o Cocó”, acampamento montado dentro do Parque do Cocó, em Fortaleza, que durante quase três meses animou uma resistência à construção de um complexo de viadutos que iria entrar – como, de fato, aconteceu – em uma área na borda de um parque público, considerada a maior área verde da cidade. Esses apontamentos intentam analisar essa nova forma de movimento social – influenciada pelos “Ocupes” de 2010/2011 e pelas jornadas de junho de 2013 – a partir da compreensão de que o Direito à Resistência acaba sendo um suporte fundante e fundamental para a luta em defesa do Direito à Cidade, aos seus bens comuns e, dentre estes, o (Direito ao) Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado. Apesar de o acampamento haver sido desmontado por (e pela) força da decisão judicial, após 84 dias de ocupação, o que poderia simbolizar uma derrota para o movimento, a sentença de uma ação civil pública reconheceu, em primeira instância, a ilegalidade daquele mega empreendimento, o que não deixa de significar – contraditoriamente (porque, apesar da sentença, os viadutos foram concluídos) – uma vitória, ainda que parcial. Com esses apontamentos, pretende-se compreender essa nova dinâmica social em uma cidade como Fortaleza, que vem se transmudando numa rapidez impressionante, acelerada pelos interesses do capital. Por último, mas não menos importante, é de se ressaltar que também é fruto do ‘Ocupe o Cocó’ – sucedâneo de um movimento mais antigo, mas ainda presente, o ‘SOS Cocó’ – a decisão governamental atual de regulamentação definitiva do Parque do Cocó, ou seja, de criação nos termos da Lei que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (o SNUC), após mais de trinta anos de luta.