Com o intuito de desfazer um velho equÃvoco, visto que algumas leituras ainda reiteram a idéia de que a
psicanálise apresenta-se como um discurso “liberadorâ€, colocamos à tona um antigo problema que diz respeito à relação entre a noção de hedonismo e o pensamento de Freud. Analisaremos, de forma breve, as teorias platônica e aristotélica sobre o prazer, haja vista que, por muito tempo, antes do advento da psicanálise, estas predominaram no cenário filosófico ocidental. Nossa pretensão é apenas mostrar que a teoria freudiana não se assemelha aos padrões de uma teoria hedonista tradicional, ou seja, o hedonismo, para a psicanálise, corresponde a um mito filosófico do qual Freud se afastou de maneira extrema.
In order to dispel an old misconception, as some readings still reiterate the idea that psychoanalysis
presents itself as a discourse “liberatorâ€, put forth an old problem that concerns the relationship between the notion of hedonism and Freud’s thinking. We will review, briefly, the platonic and aristotelian theories about pleasure, considering that, long before the advent of psychoanalysis, they predominated in western philosophical scene. Our intention is only to show that freudian theory does not resemble the pattern of a traditional hedonistic theory, ie, hedonism, for psychoanalysis,
corresponds to a philosophical myth which Freud departed in an extreme way.