Nostalgia, emoção fora da lei para feministas? memória, gênero e poder

Lumina

Endereço:
FACOM - Universidade Federal de Juiz de ForaRua Professor Lourenço Kelmer, s/nCampus Martelos
Juiz de Fora / MG
36036-330
Site: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina
Telefone: (32) 2102-3601
ISSN: 19814070
Editor Chefe: Gabriela Borges Martins Caravela
Início Publicação: 31/05/2007
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Comunicação

Nostalgia, emoção fora da lei para feministas? memória, gênero e poder

Ano: 2022 | Volume: 16 | Número: 2
Autores: Júlia dos Anjos
Autor Correspondente: Júlia dos Anjos | [email protected]

Palavras-chave: Emoção, Nostalgia, Política, Feminismo, Memória, Emotion, Nostalgia, Politics, Feminism, Memory

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo investiga o conceito de nostalgia em sua valência política e, mais especificamente, sua interseção com o gênero e o feminismo. Na medida em que certos usos do passado se tornam arma política contra mudanças, a nostalgia adquire cunho negativo para aquelas que esperam dias melhores. Seriam a ilusão sobre o passado e a tendência conservadora atributos essenciais dessa emoção, ou ela também poderia se apresentar ao feminismo como potência política? A inclusão dessa sensação na categoria de “emoção fora da lei” (JAGGAR, 1989) não significaria uma limitação tanto da gama de expressões emocionais quanto do arsenal político de feministas? Na primeira parte do trabalho, tem lugar uma breve genealogia do termo, visto como manifestação histórica, isto é, que responde a anseios de determinada época e sociedade. Em seguida, são discutidas diferentes acepções concedidas a essa ideia nos estudos recentes na área das Ciências Humanas, os quais, em suas diferenças, convergem em um ponto: não existe uma nostalgia a priori. Por fim, apresento a interseção entre estudos de gênero e nostalgia, refletindo sobre novas possibilidades de enxergar esta emoção, como mais do que mera forma ilusória e inferior de memória.



Resumo Inglês:

This essay investigates the concept of nostalgia in its political bent and, more specifically, its intersection with gender and feminism. Once certain uses of the past become political weapons against social change, nostalgia takes on a negative connotation for those who dream of better days in the future. Are illusory views about the past and a conservative tendency essential attributes of this emotion, or could it also present itself to feminism as a powerful political tool? Wouldn’t the inclusion of this feeling in the category of “outlaw emotion” (JAGGAR, 1989) mean a limitation both on the range of emotional expressions and on the political arsenal of feminists? In the first part of the article, there is a brief genealogy of the term, seen as a historical manifestation that responds to aspirations of a particular time and society. Then, I discuss different meanings given to this idea in recent studies in the area of human sciences, which, in their differences, converge on one point: there is no nostalgia a priori. Finally, I present the intersection between gender studies and nostalgia, reflecting on new possibilities of regarding this emotion as more than a mere illusory and inferior form of memory.