Nietzsche e a fisiologia como método de interpretação de mundo

Revista Trágica

Endereço:
Largo de São Francisco, no1, 3o andar, sala 307-A, Centro
Rio de Janeiro / RJ
20051070
Site: http://www.tragica.org
Telefone: (21) 2224-6379
ISSN: 19825870
Editor Chefe: André Martins
Início Publicação: 31/05/2008
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

Nietzsche e a fisiologia como método de interpretação de mundo

Ano: 2011 | Volume: 4 | Número: 1
Autores: Renato Nunes Bittencourt
Autor Correspondente: R. Bittencourt | [email protected]

Palavras-chave: fisiologia, corpo, organismo, saúde, criatividade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Apresentamos a reflexão nietzschiana sobre a indissociabilidade entre filosofia e fisiologia, relação descartada pela tradição metafísica do pensamento ocidental, que pouca importância concedeu ao corpo e aos seus elementos intrínsecos, assim como aos seus processos orgânicos. Uma vez que a base axiológica da filosofia de Nietzsche se sustenta por uma compreensão imanente da existência, o corpo adquire o estatuto de eixo diretriz das valorações e a fisiologia se torna a “ciência” da vida, sustentada por uma interpretação existencial singular e perspectivística dos processos orgânicos. Tal circunstância retira qualquer conotação normativa e universalista, emancipando-se ainda de qualquer traço positivista, pois a compreensão fisiológica da existência, em Nietzsche, exige a afirmação da singularidade de cada organismo, uma vez que cada corpo reage aos estímulos externos e aos elementos assimilados cotidianamente de maneira distinta dos demais, impedindo assim a formulação de um princípio absoluto de valores, tal como a metafísica pretendeu estabelecer.



Resumo Inglês:

We present the nietzschean reflection on the indissociable relation between philosophy and physiology, a relation discarded by the metaphysical tradition of Western thought, which granted little importance to the body and to its intrinsic elements, as well as to its organic processes. Once the axiological basis of the philosophy of Nietzsche is supported by an understanding of the immanence of existence, the body acquires the status of axis for valuations and physiology becomes the “science” of life, supported by a singular and perspectivist existential interpretation of organic processes. Such circumstance removes any normative and universalist connotation, emancipating itself as well of any positivist trace, for the physiological understanding of the existence, in Nietzsche, demands the affirmation of the singularity of each organism, as each body reacts to frequent external stimulations and assimilated elements in distinct ways, thus impeding the formulation of an absolute principle of values, as metaphysics intended to establish.