Recorrendo à filosofia de Friedrich Nietzsche, o presente artigo pretende articular o tema da origem dos sentimentos morais com a ideia do espírito livre. Ao abranger alguns dos aforismos presentes em Humano demasiado humano, esta investigação se ocupa em corroborar a ruptura do filósofo com os preceitos metafísicos encontrados em alguns dos seus escritos produzidos nos anos anteriores. Nesta fase, segundo Nietzsche, os sentimentos morais, bem como toda a condição humana, seriam compreendidos por meio de processos inteiramente químicos e naturais, refutando, dessa maneira, as explicações de origem metafísica e religiosa conforme vistas na tradição. Embora seja possível notar o escopo em defesa da ciência e da crença na existência de tipos superiores, chamados de espíritos livres, é possível concluir com este estudo que o esforço maior do pensamento nietzschiano consiste na busca dos meios facilitadores para o alcance de uma cultura elevada.
