NARRADORES PÍCAROS E MALANDROS: UM DESAFIO PARA O LEITOR
Revelli
NARRADORES PÍCAROS E MALANDROS: UM DESAFIO PARA O LEITOR
Autor Correspondente: Altamir Botoso | [email protected]
Palavras-chave: pÃcaro, malandro, narrador, leitor, literatura comparada, intertextualidade
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Neste artigo, trataremos da configuração do narrador no romance
picaresco Guzmán de Alfarache, de Mateo Alemán (1547-1615?) e no
romance malandro Memórias de um gigolô, de Marcos Rey (1925-1999).
Tais narradores são indignos de confiança e admitem isso ao longo de seus
relatos. Em Memórias de um gigolô, o narrador-personagem Mariano revela
a sua malandragem pelo emprego da intertextualidade com obras
consagradas da literatura brasileira e universal. No romance Guzmán de
Alfarache, o personagem-narrador Guzmán, por intermédio da arte pictural,
alerta o leitor para outras possibilidades de interpretação de sua narração. Os
narradores dessas duas obras utilizam-se de artimanhas e expedientes
pÃcaros-malandros em suas narrações, exigindo um leitor arguto e perspicaz,
que seja capaz de desvendar o que se oculta nas entrelinhas do relato, numa
espécie de desafio discursivo, que deve ser enfrentado no ato da leitura.
Resumo Inglês:
In this article, it is studied the narrator’s configuration in
the picaresque novel Guzmán de Alfarache, by Mateo Alemán (1547-
1615?) and in the trickster novel Memórias de um gigolô, by Marcos
Rey (1925-1999). Such narrators are untrustworthy and they admit
this fact alongside of their stories. In Memórias de um gigolo, the
character-narrator Mariano reveals his trickery by the employment of
intertextuality with consecrated books of Brazilian and universal
literature. In the novel Guzmán de Alfarache, the character-narrator
Guzmán, by means of pictorial art, alerts the reader to other
interpretation possibilities of his narration. The narrators of these two
books use pÃcaro-trickster artifices and resources in their stories,
demanding a smart and sagacious reader, who can be able to disclose
what is hidden between the lines of the novel, in a sort of discoursive
challenge, which must be faced in the act of reading.