Mulheres operárias nos tribunais do trabalho: a luta por direitos das tecelãs em Juiz de Fora (Década de 1950)

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ISSN: 2526-6543
Editor Chefe: Fernando Mattiolli Vieira
Início Publicação: 01/03/2017
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

Mulheres operárias nos tribunais do trabalho: a luta por direitos das tecelãs em Juiz de Fora (Década de 1950)

Ano: 2019 | Volume: 3 | Número: 1
Autores: A. B. A. Silva
Autor Correspondente: A. B. A. Silva | [email protected]

Palavras-chave: Mulheres operárias, Trabalhadores têxteis, Direitos Trabalhistas, Justiça do Trabalho.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo é analisar a luta por direitos de operárias têxteis na Justiça do Trabalho por meio do estudo dos dissídios individuais impetrados por elas na Junta de Conciliação e Julgamento de Juiz de Fora (JCJJF) na década de 1950. Essas ações trabalhistas têm como temática a questão das suspensões disciplinares sofridas por essas mulheres. Tal dispositivo, utilizado largamente pelos patrões e seus hierárquicos diretos como mestres e contramestres, acarretava prejuízo financeiro e “simbólico” para essas operárias, na medida em que experimentavam ofensas por parte dos patrões e seus representantes além de sofrerem com os descontos salariais. Pretende-se demonstrar que os discursos incitados pelos prepostos das empresas eram pautados tanto pelo autoritarismo como pela discriminação moral e comportamental com o intuito de justificar as penas disciplinares impostas a essas mulheres. Essa articulação, por sua vez, sugere a presença de alguns enquadramentos de gênero.



Resumo Inglês:

This paper aims to analyze the struggle for labor rights of women textile workers in the Brazilian Labor Judiciary via the individual disputes brought by them at the Board of Conciliation and Arbitration of Juiz de Fora, state of Minas Gerais, in the 1950s. These individual complaints have as their main theme the issue of “disciplinary suspensions” suffered by these women. In this regard, this study takes as a key point the case of the worker Eunice Fonseca, accused of "strike leader”. These disciplinary measures were widely used by employers and their direct hierarchical masters and foremen. In addition, they entailed financial and "symbolic" loss to these workers, as these women experienced offenses by employers and their representatives, as well as they suffer with salary deductions. It is intended to demonstrate that the speeches incited by the agents of these companies were guided by both authoritarianism and moral discrimination in order to justify the disciplinary suspensions imposed on these women. This combination, in turn, suggests the presence of some gender issues.