O artigo analisa os testemunhos de exilados brasileiros a respeito do golpe militar chileno, ocorrido a 11 de setembro de 1973. Suas expectativas e momentos de tensão são narrados em obras como O crepúsculo do macho: depoimento (1980), de Fernando Gabeira; Roleta chilena (1981), de Alfredo Sirkis; e Rabo de foguete: os anos de exílio (1998), de Ferreira Gullar. Esses depoimentos são interpretados à luz da contribuição teóricocrítica de autores como Andreas Huyssen (2000); Márcio Selligman-Silva (2003); Hugo Achugar (2006); Ana Pizarro (2006); Beatriz Sarlo (2007); e Carlos Hernández Tello (2014), dentre outros, com a finalidade de demonstrar de que maneira tais testemunhos sobre a violência da repressão do Estado motivou a revisão de um dos períodos mais negros da história política recente da América Latina, a partir de registros memorialísticos que discutem os limites entre democracia e autoritarismo, civilização e barbárie, tortura e sobrevivência, lembranças pessoais e memória coletiva.
The article analyzes the testimonies of Brazilian exiled people about the Chilean coup d‟etat, which took place in September 11th, 1973. Their hopes and moments of tension are described in books such as O crepúsculo do macho: depoimento [The twilight of the macho man: testimony] (1980), by Fernando Gabeira; Roleta chilena [Chilean roulette] (1981), by Alfredo Sirkis; and Rabo de foguete: os anos de exílio [Rocket tail: the exile years] (1998), by Ferreira Gullar. These testimonies are interpreted from the theoretical and critical contributions of authors such as Andreas Huyssen (2000); Márcio Selligman-Silva (2003); Hugo Achugar (2006); Ana Pizarro (2006); Beatriz Sarlo (2007); and Carlos Hernández Tello (2014), among others, with a purpose of showing the way in which such testimonies about the violence in the State repression motivated a review of one of the darkest periods in the contemporaneous political history of Latin America, through autobiographical registers which discuss the limits between democracy and authoritarianism, civilization and barbarity, torture and survival, personal remembrances and collective memory.
