MARX E A PROPRIEDADE

Revista Ideação

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ISSN: 2359-6384
Editor Chefe: Laurenio Leite Sombra
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

MARX E A PROPRIEDADE

Ano: 2019 | Volume: 1 | Número: 39
Autores: Mauro Castelo Branco de Moura
Autor Correspondente: Mauro Castelo Branco de Moura | [email protected]

Palavras-chave: propriedade privada, riqueza burguesa, capital, dinheiro, valor

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A demonização do comunismo é um fenômeno que o acompanha desde sempre. Muito antes das fake news que se disseminam atualmente pelas redes sociais e, inclusive, pela grande imprensa, ou da política sistemática de repetição de calúnias contra alvos adredemente escolhidos fomentada por Goebbels, o mentor da propaganda nazista, e os comunistas já eram vítimas de campanhas de difamação cuidadosamente deliberadas. Em meio à Guerra Fria, por exemplo, parte da opinião pública foi persuadida de que os comunistas, estes seres satânicos, completamente avessos à democracia e ao “Mundo Livre” (e, por isso, legalmente proscritos no Brasil), dentre outras monstruosidades, dedicavam-se, dizia-se, a comer criancinhas... Nesta mesma direção, a relação dos comunistas com a propriedade privada sempre foi alvo, desde os tempos de Marx, das invectivas mais estapafúrdias de seus detratores, que trataram de disseminar a ideia, para anatematizar os incautos, de que os comunistas pretenderiam expropriar e coletivizar até os artigos de uso pessoal. No entanto, desde o Manifesto Comunista, Marx e Engels trataram de esclarecer que: “O que caracteriza o comunismo não é a abolição da propriedade em geral, mas a abolição da propriedade burguesa”. E, ao final do Livro I de sua obra maior, Marx retoma a temática concluindo que “o modo capitalista de produção e acumulação e, portanto, a propriedade privada capitalista exigem o aniquilamento da propriedade privada baseada no trabalho próprio, isto é, a expropriação do trabalhador”. Pretende-se, pois, modestamente, aqui, tão somente contribuir para o esclarecimento do que consiste esta “propriedade burguesa”.



Resumo Inglês:

The demonization of communism is a phenomenon that has always accompanied it. Long before the fake news that are currently disseminated by social networks and even by the big press, or by the systematic policy of repeating slanders against fatefully chosen targets fomented by Goebbels, the mentor of Nazi propaganda, the Communists were already the victims of campaigns of deliberate defamation. In the midst of the Cold War, for example, some members of public opinion was persuaded that the Communists, these satanic beings, are completely averse to democracy and the "Free World" (and therefore legally proscribed in Brazil), among other monstrosities. In this same direction, the relation of communists to private property has always been the target, since Marx's time, of the most stupefying invectives of their detractors, who tried to disseminate the idea that they wanted to expropriate and collectivize even articles of personal use. However, since the Communist Manifesto, Marx and Engels have tried to clarify that "What characterizes communism is not the abolition of property in general, but the abolition of bourgeois property." And at the end of Book I of his major work Marx takes up the subject by concluding that "the capitalist mode of production and accumulation, and therefore private capitalist property, requires the annihilation of private property based on self-labor, the expropriation of the worker ". It is therefore only my intention here here to contribute to the clarification of what this "bourgeois property" consists of.