Mística e Angústia na obra de Fernando Pessoa

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Editor Chefe: Antonio Geraldo Cantarela/Rodrigo Coppe Caldeira
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Teologia

Mística e Angústia na obra de Fernando Pessoa

Ano: 2012 | Volume: 10 | Número: 25
Autores: Alessandro Rodrigues Rocha
Autor Correspondente: Alessandro Rodrigues Rocha | [email protected]

Palavras-chave: Fernando Pessoa, Heterônimos, Angústia, Mística, Teopoética.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Os heterônimos do poeta português Fernando Pessoa constituem uma das mais
fantásticas criações da poesia moderna. Através deles, fingindo-se um deles, o poeta
apresenta-se múltiplo, como que habitado por várias pessoas, encerrando vários eus,
num jogo literário em que, entretanto, não se identifica com nenhum deles. Sem
desconsiderar a complexidade dessa criação literária, o artigo propõe-se a abordar
alguns aspectos da obra do “Pessoa ele-mesmo”. Em certo sentido, Pessoa ele-mesmo
é também um heterônimo. Poeta fingidor, nada nele é diretamente confessional ou
biográfico. Pessoa ele-mesmo apresenta-se como a expressão dramática de uma busca
de identidade, aberta numa constelação de personalidades complexas e sofridas. A dor
fingida que finge a dor sofrida e outras representações da dor existencial de Pessoa
ele-mesmo podem ser lidas como angústia e mística. Para tecer esse percurso, o artigo
se reportará às poesias inéditas de 1919-1935, basicamente os últimos escritos do
grande e múltiplo poeta português.



Resumo Inglês:

The heteronyms of the Portuguese poet Fernando Pessoa is one of the most fantastic
creations of modern poetry. Through them, and pretending to be one of them, the poet
presents himself as multiple, as if inhabited by several people, assuming several selves,
in a literary game in which the poet does not identify himself with any of them.
Without ignoring the complexity of such literary creation, the paper aims to address
some aspects of the work of “Fernando Pessoa-himself”. In a sense, “Fernando Pessoahimself”
is also a heteronomous that carries a message that is neither confessional nor
a bibliographic one. “Fernando Pessoa-himself” presents himself as a dramatic
expression of an identity search within a constellation of some complex and suffered
personalities. The “pretended pain” that pretends to be a true suffering as well other
representations of the existential pain of “Fernando Pessoa-himself” can be
comprehended as anxiety and mystique. To accomplish this purpose, the article will
report primarily to the unpublished last poems of the great poet Fernando Pessoa,
written between 1919 and 1935.