LÍNGUA PORTUGUESA: UM OBJETO CIRCUNSCRITO

Entremeios

Endereço:
Avenida Prefeito Tuany Toledo, 470. Bairro Fátima. 37550-000 - Pouso Alegre – MG. Brasil
Pouso Alegre / MG
37550000
Site: http://www.entremeios.inf.br
Telefone: (35) 3449-9248
ISSN: 2179-3514
Editor Chefe: Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi
Início Publicação: 30/06/2010
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Letras

LÍNGUA PORTUGUESA: UM OBJETO CIRCUNSCRITO

Ano: 2016 | Volume: 13 | Número: 1
Autores: ERNESTO SÉRGIO BERTOLDO, JOÃO DE DEUS LEITE
Autor Correspondente: E. S. BERTOLDO | [email protected]

Palavras-chave: diretrizes oficiais, gramática normativa, texto, discursivizações

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo aborda a circunscrição da Língua Portuguesa, como objeto de ensino e de aprendizagem, no cenário educacional brasileiro, na Educação Básica. Nessa circunscrição, interessa-nos pensar e problematizar os horizontes da política linguística que se constituiu em relação à Língua Portuguesa. Horizontes esses sensíveis às exigências e às urgências que se apresentaram ao sistema educacional brasileiro a cada momento histórico. Para tanto, recorremos a diferentes diretrizes oficiais, com o intuito de mostrar o processo de institucionalização em relação ao modo como o ensino de Língua Portuguesa deveria se orientar, em termos de referenciais pedagógicos. De modo mais detido, reportamo-nos aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), do Ensino Fundamental, para dimensionar como a Língua Portuguesa ganhou uma circunscrição, em termos discursivos. Nesse processo de institucionalização, enfocamos, de modo mais enfático, a relação que a gramática tradicional assumiu no âmbito das diretrizes oficiais, tendo por base a perspectiva de que seu ensino tradicional deveria ser ressignificado. Este artigo aborda, também, alguns dizeres de um professor da Educação Básica, do Ensino Fundamental, como maneira de analisar os possíveis efeitos que essas diretrizes imprimem na composição da Língua Portuguesa, como objeto de trabalho do professor. No trabalho de análise, mostramos que alguns princípios da Linguística moderna ganham operação, quando do momento em que o professor precisa enunciar sobre a sua prática docente. E, em sua enunciação falada, a gramática normativa ganha um lugar já afetado por esses princípios. À luz da perspectiva discursiva de orientação pecheutiana, interessa-nos pensar que as diretrizes oficiais, incluindo aí os PCN, produzem discursividades, podendo gerar entre professor e as diretrizes uma identificação teórico-procedimental. Sob uma visada discursiva, vamos mostrar que essa identificação não é pressuposta nem plena e bem-sucedida. Ao contrário, ela é contraditória e conflituosa. Ela não é fruto de um subjetivismo.