Introdução a uma crítica da modernidade como conceito sociológico
Mediações
Introdução a uma crítica da modernidade como conceito sociológico
Autor Correspondente: João Feres Junior | [email protected]
Palavras-chave: Modernidade, História conceitual, Sociologia, Temporalidade, Max Weber
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
O presente artigo empresta a metodologia da história conceitual assim como os achados substantivos do principal ensaio de história conceitual sobre o conceito de modernidade, de autoria de Hans Ulrich Gumbrecht, para articular uma crÃtica ao uso contemporâneo do conceito de “modernidade†por parte da sociologia, com ênfase para a sociologia brasileira. Mostro que dois significados fundamentais historicamente associados ao conceito se encontram replicados no material sociológico de maneira não reflexiva: o de moderno como oposto ao tradicional em um esquema temporal evolutivo linear, e o de modernidade no sentido de perÃodo transitório que se opõe ao eterno inamovÃvel. A falta de reflexividade crÃtica acerca do conceito e a pletora de significados a ele atribuÃdos conduzem a um resultado contrário ao que se espera de um conceito “analÃticoâ€. Em vez de clareza, temos confusão e a importação implÃcita e universalização de grandes narrativas européias etnocêntricas, que a sociologia usa como medida para a avaliação de sociedades não-ocidentais.
Resumo Inglês:
This article borrows the methodological framework from the conceptual history, as well as some of the substantive findings from the principal essay of conceptual history on the concept of modernity by Hans Ulrich Gumbrecht, to criticize the present-day use of the concept of modernity by sociology, paying special attention to the sociology produced in Brazil. I demonstrate that two fundamental meanings historically associated with the concept of modernity are also present in the sociological material although in a rather non-reflexive manner. They are: modern as something opposed to traditional within a scheme of linear temporal evolution and modernity as a transitional period as opposed to that which is eternal and immutable. The lack of critical reflexivity on the concept combined with the plethora of meanings attributed to it lead to a situation entirely opposed to what one would expect from an analytical concept. Instead of clarity, we have confusion and the implicit importation and universalization of major ethnocentric European narratives, which sociology uses as a sort of measurement to evaluate non-European societies.