INTERAÇÃO QUÍMICA ENTRE PLANTAS DE CAFÉ Coffea arabica, PRAGA E DIVERSIDADE DE PREDADORES.

Evolução e Conservação da Biodiversidade

Endereço:
Laboratório de Genética Ecológica e Evolutiva, UFV - Campus de Rio Paranaíba, Rodovia BR 354, km 310, Cx Postal 22
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Telefone: (34)3855-9023
ISSN: 22363866
Editor Chefe: Rubens Pazza
Início Publicação: 30/04/2010
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Biologia geral

INTERAÇÃO QUÍMICA ENTRE PLANTAS DE CAFÉ Coffea arabica, PRAGA E DIVERSIDADE DE PREDADORES.

Ano: 2010 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Ana Cecília Gomes Luiz, Flávio Lemes Fernandes, Marcelo Coutinho Picanço, Rodrigo Soares Ramos, Rogério Machado Pereira, Silvério de Oliveira Campos
Autor Correspondente: Ana Cecília Gomes Luiz | [email protected]

Palavras-chave: biodiversidade, herbívoros, ecologia química, cafeína

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Compostos secundários presentes nas folhas de plantas podem constituir importante fator a
influenciar a diversidade de insetos que usufruem deste nicho como forma de alimentação. As
folhas do cafeeiro possuem compostos como fenóis, terpenóides, flavonóides, alcalóides
(cafeína), aldeídos, hidrocarbonetos, ácidos clorogênicos, ácidos neoclorogênicos, ésteres,
cetonas, pirazinas e cumarinas os quais podem ter importante papel na suscetibilidade dos
cafeeiros aos insetos que dele se alimentam. Estudos têm sido realizados visando a identificação
de compostos químicos presentes no cafeeiro. Esses estudos tem sido feitos no sentido de
relacionar compostos químicos do cafeeiro com a resistência da planta à doenças ou visando a
melhoria da qualidade da bebida do café. Estudos que relacionem os compostos químicos do
cafeeiro com a diversidade de insetos pragas são incipientes. Tendo em vista a cochonilha verde
do cafeeiro Coccus viridis (Hemiptera: Coccidae) como importante fitófago nesta cultura, este
trabalho teve como objetivo identificar as principais substâncias químicas na cultura do café que
reduzem a diversidade de seus inimigos naturais. Este trabalho foi realizado em 2007 em café
Coffea arabica L. variedade Catuaí vermelho no campus da Universidade Federal de Viçosa,
Minas Gerais. Durante o período experimental, monitorou-se semanalmente a diversidade de
espécies de inimigos naturais, a densidade de ataque de C. viridis às folhas do cafeeiro, as taxas
de predação e as concentrações de fitoquímicos nas folhas das plantas. As folhas coletadas no
campo, levadas ao laboratório de MIP para extração química. Após extração, um grama de cada
material foi colocado separadamente em um erlemeyer de 125 mL de capacidade com três
repetições totalizando 18 erlemeyers com um grama cada. Para extração dos constituintes
químicos das folhas, cada erlemeyer recebeu 60 mL do solvente metanol e foi mantido em
banho-maria por quatro horas a 45 oC. O extrato obtido foi concentrado em evaporador rotativo
e armazenado em congelador à temperatura de -18 oC para posteriores análises
cromatográficas. As análises cromatográficas foram realizadas por cromatografia líquida de alta
eficiência (CLAE), para identificação e quantificação dos compostos químicos presentes nessas
amostras de acordo com a comparação feita com padrões de cafeína, xantina, 3-metilxantina, 7-
metilxantina, ácido clorogênico, ácido cafeico, teofilina, teobromina, ácido alantóico e
alantoína. Verificou-se que os fitoquímicos cafeína, ácido clorogênico e ácido cafeico foram os
principais compostos químicos identificados nas folhas do cafeeiro. Correlações negativas foram
observadas entre a cafeína com as ninfas da cochonilha verde C. viridis (r=-0,68; p<0,001), além
disso, as avaliações no campo mostraram correlação positiva entre C. viridis e as densidades de
predadores (r=0,51; p<0,001). Assim, pode-se inferir que altas concentrações de cafeína na
folha podem reduzir a densidade de C. viridis e reduzir a quantidade de alimento para seus
predadores.