Inputs, outputs e feedbacks: a centralidade da memória cibernética em Vilém Flusser

Lumina

Endereço:
FACOM - Universidade Federal de Juiz de ForaRua Professor Lourenço Kelmer, s/nCampus Martelos
Juiz de Fora / MG
36036-330
Site: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina
Telefone: (32) 2102-3601
ISSN: 19814070
Editor Chefe: Gabriela Borges Martins Caravela
Início Publicação: 31/05/2007
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Comunicação

Inputs, outputs e feedbacks: a centralidade da memória cibernética em Vilém Flusser

Ano: 2023 | Volume: 17 | Número: 2
Autores: Erick Felinto, Rafael Malhado
Autor Correspondente: Erick Felinto | [email protected]

Palavras-chave: Memória; Arte; Cultura digital; História; Communication; Memory; Art; Digital culture; History.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Não obstante a enorme diversidade de tópicos e problemas abordados na obra de Vilém Flusser, a questão da memória funciona como uma espécie de portal por meio do qual se pode acessar esses diferentes problemas. O objetivo deste artigo é examinar a centralidade do conceito cibernético de memória em Flusser, com destaque particular para suas implicações na arte e na comunicação. Ao entender a cultura como mecanismo de produção, processamento e consumo de informações, o filósofo de Praga articula seu pensamento a partir do confronto entre registro e inovação. Se a arte, por exemplo, é contínua produção do novo, ela funciona também, necessariamente, como suporte para a inscrição e transmissão de informação a gerações futuras. Com isso, o processo central de toda cultura (como da própria vida) é o combate à entropia. A memória representa, assim, não apenas uma necessidade de ordem cibernética, senão também uma tarefa espiritual, enraizada na experiência judaica de mundo e traduzida no termo hebraico zakhor (“lembrar”) - a importância de não esquecer o passado e transmiti-lo à humanidade do porvir. Em Flusser, esse mandamento se torna um princípio fundamental do diálogo e da intersubjetividade: “nós sobreviveremos na memória dos outros”.



Resumo Inglês:

Not with standing the vast collection of diverse topics and problems in Vilém Flusser’s work, the issue of memory functions as a central gateway by means of which one can access all these different problems. The goal of this article is to examine the centrality of the cybernetic notion of memory in Flusser, with a particular emphasis on its implications in art and communication. By understanding culture as a mechanism for the production, processing and consumption of information, the Prague philosopher structures his thinking from the confrontation between repetition and innovation. If art is, for instance, the ongoing production of novelty, it also works as a support for the inscription and transmission of information to future generations. Thereby, the core process of every culture (and of life itself) is fending off entropy. Consequently, memory represents not only a cybernetic requirement, but also a spiritual task, rooted in the Jewish worldview and expressed in the Hebrew word zakhor (“remember”) – the importance of not forgetting the past in order to convey it to future humankind. In Flusser, this commandment becomes a fundamental principle of dialogue and intersubjectivity: “we shall survive in the memory of others”.