Infarto Agudo do Miocárdio Complicado por Choque Cardiogênico: Efeito da Circulação Colateral nos Resultados da Intervenção Coronária Percutânea Primária – Dados do Registro InCor

Revista Brasileira De Cardiologia Invasiva

Endereço:
Rua Beira Rio, 45 - 7º andar - Conj. 71
São Paulo / SP
Site: http://www.rbci.org.br/
Telefone: (11) 3849-5034
ISSN: 1041843
Editor Chefe: Áurea Jacob Chaves
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Infarto Agudo do Miocárdio Complicado por Choque Cardiogênico: Efeito da Circulação Colateral nos Resultados da Intervenção Coronária Percutânea Primária – Dados do Registro InCor

Ano: 2011 | Volume: 19 | Número: 2
Autores: Leandro Richa Valim, Augusto Celso A. Lopes, Igor Ribeiro de Castro Bienert, Henrique B. Ribeiro, Carlos A. Campos, Rodrigo B. Esper, Silvio Zalc, Marco A. Perin1, Pedro A. Lemos, Expedito E. Ribeiro, José Antonio F. Ramires
Autor Correspondente: Leandro Richa Valim | [email protected]

Palavras-chave: Angioplasty, Myocardial infarction, Shock, cardiogenic, Collateral circulation.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A presença de circulação colateral no contexto
do infarto agudo do miocárdio (IAM) pode exercer um fator
de proteção, levando a menor área de infarto e melhor
função ventricular. Este trabalho procurou examinar as
características clínicas dos pacientes com diferentes graus
de circulação colateral e a influência desta na evolução
do IAM com supradesnivelamento de segmento ST (IAMCSST)
complicado com choque cardiogênico à admissão hospitalar
e tratados com intervenção coronária percutânea (ICP)
primária. Métodos: Registro unicêntrico que realizou seguimento
prospectivo no período de 2001 a 2009, incluindo
105 pacientes divididos em dois grupos, de acordo com
o grau de circulação colateral: grupo 1, circulação colateral
graus 0/1 (n = 83); e grupo 2, circulação colateral graus
2/3 (n = 22). As características clínicas e angiográficas e os
desfechos hospitalares foram comparados entre os grupos.
Resultados: Ambos os grupos foram semelhantes em relação
às características clínicas, exceto pela menor média de
idade (65,9 anos vs. 57,8 anos; P = 0,015) e maior tendência
ao tabagismo atual no grupo com colateral graus 2/3 (15,7%
vs. 31,8%; P = 0,08). Quanto às características angiográficas,
nos indivíduos com colateral graus 2/3 houve maior frequência
de lesões/paciente (1,3 lesão vs. 1,8 lesão; P = 0,02) e maior
acometimento de bifurcação coronária (18,5% vs. 36,4%;
P = 0,03). Na evolução intra-hospitalar ficou evidenciada
menor mortalidade nos pacientes com circulação colateral
exuberante (49,4% vs. 27,3%, risco relativo de 0,55; P = 0,05).
Conclusões: Em pacientes com IAMCSST e choque cardiogênico
tratados com ICP primária a presença de circulaçãocolateral pode favorecer um melhor prognóstico na evolução
intra-hospitalar.



Resumo Inglês:

The presence of collateral circulation in the
context of acute myocardial infarction (AMI) may play a
protective role, leading to smaller infarction areas and improved
ventricular function. This study was aimed at assessing the
clinical characteristics of patients with different degrees of
collateral circulation and the effect on outcomes of ST
segment elevation AMI (STEMI) complicated by cardiogenic
shock at hospital admission and treated by primary percutaneous
coronary intervention (PCI). Methods: Single center
registry with a prospective follow-up from 2001 to 2009,
including 105 patients divided into two groups, according to
the degree of collateral circulation: Group 1, collateral circulation
grades 0/1 (n = 83); and Group 2, collateral circulation
grades 2/3 (n = 22). Clinical and angiographic characteristics
and hospital outcomes were compared between groups.
Results: The clinical characteristics of both groups were
similar, except for a lower mean age (65.9 years vs. 57.8
years; P = 0.015) and a trend to current smoking in the grade
2/3 group (15.7% vs. 31.8%; P = 0.08). As to angiographic
characteristics, individuals with grades 2/3 had a higher rate
of lesions per patient (1.3 vs. 1.8; P = 0.02) and more bifurcation
lesions (18.5% vs. 36.4%; P = 0.03). In-hospital outcomes
showed lower mortality in patients with good collateral circulation
(49.4% vs. 27.3%, relative risk 0.55; P = 0.05).Conclusions: In patients with STEMI and cardiogenic shock
treated by primary PCI, the presence of collateral circulation
may improve in-hospital prognosis.