Indígena e Quilombolas: crianças em circulação ou em situação de violência?

Revista Mundaú

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ISSN: 2526-3188
Editor Chefe: Silvia Aguiar Carneiro Martins
Início Publicação: 01/12/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

Indígena e Quilombolas: crianças em circulação ou em situação de violência?

Ano: 2016 | Volume: 0 | Número: 1
Autores: Jane Felipe Beltrão
Autor Correspondente: Beltrão, J.F. | [email protected]

Palavras-chave: Indígenas; Quilombolas; Circulação de crianças; Violências de gênero; Direitos étnicos

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Na Antropologia o tema “circulação de crianças” é chave para a compreensão das infâncias, na Amazônia e, em especial no Pará, o tema é trabalhado, mas as crianças etnicamente diferenciadas, cujas vidas são marcadas por encontrarem-se em situação de violência dificilmente são referidas. Os depoimentos das meninas, hoje mulheres, em situação de violência foram oferecidos pelas protagonistas dos episódios descritos ao lembrarem de quando foram vitimadas pelas ações de pessoas que praticaram violações e violências de gênero, em que pesem tomarem as crianças para supostamente fazê-las estudar. Entregues por suas próprias famílias, as indígenas e as quilombolas meninas circulavam entre outras famílias que dificilmente as respeitavam e as meninas tornavam-se mulheres à força e “pagavam com o corpo” o fato de um dia sonharem em estudar vivendo longe de seus coletivos de origem.



Resumo Inglês:

In anthropology, the theme "circulation of children" is key to understand childhood. In the Amazon, especially in the State of Pará, the topic of ethnically differentiated children, whose lives are marked by finding themselves in situations of violence, are hardly mentioned. The testimonies of the girls, nowadays women, in situation of violence were offered by the protagonists of the episodes described, remembering when they were victimized by the actions of people who committed rape and gender-based violence, in spite of supposedly taking the children to study. Delivered by their own families, indigenous and quilombolas girls circulated among other families that hardly respected them, in this situation the girls became women by force and "paid with their bodies" the price of dreaminig of studying and living away from their collectives of origins.



Resumo Espanhol:

En la antropología el tema "la circulación de los niños" es la clave para la comprensión de la infancia en el Amazonas, y en especial en Pará, el tema es trabajado, pero las niñas étnicamente diferenciados, cuyas vidas están marcadas por una situación de la violencia, difícilmente se mencionan. Los testimonios de las chicas, ahora mujeres, en situación de violencia fueron ofrecidos por las protagonistas de los episodios descritos, para recordar cuando fueron víctimas por las acciones de personas que cometieron violaciones y violencia basada en género, a pesar de supuestamente llevaren a las niñas para estudiar. Entregues por sus propias familias, las niñas indígenas y quilombolas circularon entre otras familias que difícilmente las respetaban y las niñas se convertían en mujeres por la fuerza y "pagado con el cuerpo" el hecho de un día soñaren en estudiar viviendo lejos de sus colectivos de origen.



Resumo Francês:

Dans le domaine de l´Anthropologie le thème « circulation des enfants » est fondamentale pour la compréhension des enfances. Dans l’Amazonie, et particulièrement dans l’État du Pará, ceci est bien abordé mais ils sont rares les références aux enfants des groupes ethniques différenciés, dont les vies sont marquées par des situations de violence. Les témoignages des filles, aujourd’hui des femmes, en situation de violence ont été faites par des protagonistes des épisodes décrits en rappelant des agressions faites par des personnes qui ont pratiqués des violations et des violences de genre, ces mêmes qui les ont pris avec la promesse de les faire rentrer à l’école. Rendus par leurs familles, les indiennes et les filles noires ont circulé entre familles qui ne les respectait pas, qui les ont violés à force et qui les faisait « payer avec leurs corps » le fait d’avoir le rêve d’étudier loin de leur collectivité d’origine.