Impactos sociais da copa do mundo de 2014: representações sociais de pessoas em situação de rua na Praia de Iracema, em Fortaleza/CE


Impactos sociais da copa do mundo de 2014: representações sociais de pessoas em situação de rua na Praia de Iracema, em Fortaleza/CE

Ano: 2017 | Volume: 1 | Número: 32
Autores: Priscila Adriano Barros / José Cleyton Vasconcelos Monte
Autor Correspondente: Priscila Adriano Barros | [email protected]

Palavras-chave: População em Situação de Rua. Cidade. Copa do Mundo de 2014.

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Resumo Português:

O presente estudo consiste em apresentar uma discussão sobre os impactos sociais deixados pela Copa do Mundo de 2014 e suas representações sociais para a População em Situação de Rua que tem o bairro Praia de Iracema como uma de suas trajetórias. Desde que foi escolhida como cidade-sede para receber o megaevento, Fortaleza, palco deste estudo, passou por vários processos de intervenção urbana em virtude das exigências do padrão FIFA para a realização das competições, fato que refletiu na vida de seus citadinos, deixando um
legado para os mesmos. Dessa forma, este artigo busca compreender que significados tal evento trouxe para a população em situação de rua, um grupo que historicamente tem vivido o estigma da invisibilidade social, identificar quais foram as violações de direitos sofridas por esse público e quais as estratégias do Poder Público para responder a essa demanda. Para atingir tais objetivos, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica, documental, e, logo em seguida, uma pesquisa de campo, através de entrevistas semiestruturadas. A pesquisa caracteriza-se como sendo de caráter qualitativo. O cenário da pesquisa foi o bairro Praia de Iracema, e os espaços de realização das entrevistas foram o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (CentroPop) e a Casa do Povo de Rua Dom Luciano Mendes. A partir das análises, podemos constatar que a realização do mundial representou algo negativo para os setores mais empobrecidos da
população fortalezense e para aqueles que têm a rua como espaço de moradia e sobrevivência. As respostas dadas pelo governo a esse segmento social configuraram-se como estratégias para esconder um problema social que está na raiz de nossa sociedade capitalista.