Impacto do Sexo Feminino nos Resultados da Intervenção Coronária Percutânea Contemporânea

Revista Brasileira De Cardiologia Invasiva

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Site: http://www.rbci.org.br/
Telefone: (11) 3849-5034
ISSN: 1041843
Editor Chefe: Áurea Jacob Chaves
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Impacto do Sexo Feminino nos Resultados da Intervenção Coronária Percutânea Contemporânea

Ano: 2011 | Volume: 19 | Número: 2
Autores: Ricardo de Gasperi, Marcelo José de Carvalho Cantarelli, Hélio José Castello Jr., Rosaly Gonçalves, Silvio Gioppato, João Batista de Freitas Guimarães, Evandro Karlo Pracchia Ribeiro, Júlio César Francisco Vardi, Patrícia Teixeira da Silva, Rodrigo Barreto, Leonardo Cao Cambra de Almeida
Autor Correspondente: Ricardo de Gasperi | [email protected]

Palavras-chave: Angioplastia, Stents, Mulheres, Doença das coronárias.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Estudos prévios demonstram que há diferenças
entre homens e mulheres em relação aos resultados
clínicos pós-intervenção coronária percutânea (ICP). Buscamos
avaliar as diferenças entre os gêneros na apresentação
tanto clínica como angiográfica e nos resultados hospitalares
de pacientes submetidos a ICP contemporânea.
Métodos: No período de 2002 a 2009, 6.067 pacientes consecutivos
foram submetidos a ICP, dos quais 2.021 (33,3%)
eram do sexo feminino. A técnica e a escolha do material
durante o procedimento ficaram a cargo dos operadores.
Resultados: O sexo feminino mostrou ser mais idoso e com
maior ocorrência de fatores de risco para aterosclerose,
à exceção do tabagismo. Prevaleceu nas mulheres o quadro
clínico de síndrome coronária aguda sem supradesnivelamento
do segmento ST. As mulheres apresentaram maior
prevalência de doença uniarterial e menor prevalência
de lesões B2/C, trombos, lesões em bifurcações, e disfunção
ventricular moderada a grave. Os pacientes foram tratados
predominantemente com stents não-farmacológicos e não
foram observadas diferenças quanto ao diâmetro e à extensão
dos stents. Não foram observadas diferenças na incidência
hospitalar de eventos cardíacos e cerebrovasculares
adversos maiores (1,5% vs. 1,4%; P = 0,76), óbito (0,9% vs.
0,6%; P = 0,15), acidente vascular cerebral (0,05% vs.
0,05%; P > 0,99), infarto agudo do miocárdio (0,7% vs.
1,1%; P = 0,16) e cirurgia de revascularização miocárdica
de emergência (0,1% vs. 0; P = 0,62). Diabetes, coronariopatia
multiarterial, lesões tipo B2/C e oclusões totais
foram as variáveis que melhor explicaram a ocorrência
de eventos hospitalares. Conclusões: As mulheres, que representam
um terço dos pacientes submetidos a ICP em nosso
serviço, têm perfil clínico mais grave, mas menor complexidade
anatômica que os homens. Neste estudo, o sexo
feminino não foi preditor de eventos clínicos adversos hospitalares.



Resumo Inglês:

Prior studies have shown there are differences
in the clinical outcomes of percutaneous coronary intervention
(PCI) between men and women. We tried to assess
gender differences in clinical and angiographic presentation
as well as in the in-hospital outcomes of patients undergoing
contemporary PCI. Methods: From 2002 to 2009, 6,067 consecutive
patients were submitted to PCI, of these, 2,021 (33.3%)
were women. The interventional strategy, including the type
of stent implanted, was conducted at the operators discretion.
Results: The female gender was older and had a greater
incidence of risk factors for atherosclerosis, except for
smoking. Acute coronary syndrome without ST segment
elevation was the most prevalent presentation in women.
Women had a higher number of single vessel lesions and
a lower prevalence of B2/C lesions, thrombi, bifurcation
lesions and moderate to severe ventricular dysfunction.
Patients were predominantly treated with bare metal stents
and no differences were observed for the diameter and length
of the stents. No differences were observed for the inhospital
incidence of major adverse cardiac and cerebrovascular
events (1.5% vs. 1.4%; P = 0.76), death (0.9% vs.
0.6%; P = 0.15), stroke (0.05% vs. 0.05%; P > 0.99), acute
myocardial infarction (0.7% vs. 1.1%; P = 0.16) and emergency
myocardial revascularization surgery (0.1% vs. 0;
P = 0.62). Diabetes, multivessel coronary artery disease, B2/C
type lesions and total occlusions were the variables that
best explained the occurrence of in-hospital events. Conclusions:
Women correspond to one third of the patients
undergoing PCI at our service and have a more severe
clinical profile, but lower anatomic complexity than men. In
our study, the female gender was not a predictor of inhospital
adverse clinical events.