A Identidade da Cor em Luandino Vieira e Luís Bernardo Honwana

Revista Porto das Letras

Endereço:
Rua 03, Jardim dos Ipês, Setor Aeroporto, S/N, Câmpus de Porto Nacional, UFT
Porto Nacional / TO
77.000-000
Site: http://revista.uft.edu.br/index.php/portodasletras/index
Telefone: (63)3363-0566
ISSN: 24480819
Editor Chefe: Carlos Roberto Ludwig
Início Publicação: 31/12/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

A Identidade da Cor em Luandino Vieira e Luís Bernardo Honwana

Ano: 2016 | Volume: 2 | Número: Especial
Autores: P. H. G. Paiva
Autor Correspondente: P. H. G. Paiva | [email protected]

Palavras-chave: literatura, Angola, Moçambique, identidade, raça

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Tendo como princípio norteador as discussões difundidas por Homi Bhabha, Hanna Arendt e Stuart Hall acerca dos conceitos de cultura, raça, identidade e pós-colonialismo voltamos o olhar para a realidade histórica e social de Angola e Moçambique e buscamos realizar uma análise literária e sociológica dos contos “As mãos dos Pretos”, de escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana; “A fronteira de asfalto” e “Zito Makoa, da 4ª classe”, do escritor angolano José Luandino Vieira. Nosso objetivo foi tentar desvelar o lugar de fala dos personagens dos contos, nos três casos crianças negras e brancas, considerando as relações intersticiais promovidas nas narrativas nas quais estes personagens atuam. Estabelecemos uma relação entre a literatura e a história dos dois países, colônias portuguesas, enquanto países que sofreram com diversos conflitos políticos e sociais em decorrência do processo de colonização. Neste cenário conturbado e atingido por constantes guerras, verificou-se a representação de situações em que o encontro de diferentes culturas acaba gerando um espaço de conflitos sociais entre os sujeitos deste processo, como os preconceitos raciais e de classe, e o surgimento de entidades repressoras que interferem na vida social realocando as identidades frente às diferenças culturais latentes. Especificamente, quando todos os conflitos são transferidos, nos contos, para o universo da infância, período de transição em que o indivíduo sofre diversas influências que poderão agir simultaneamente para definir a sua personalidade e a sua identidade, estas entidades repressoras agirão como formadores da consciência das novas gerações.



Resumo Inglês:

Having as guiding principles the discussions widespread by Homi Bhabha, Hanna Arendt and Stuart Hall about the concepts of culture, race, identity and post colonialism we turned our eyes to the historical and social reality of Angola and Mozambique, we made a literary and sociological analysis of the short stories "The hands of the Blacks", by the Mozambican writer Luis Bernardo Honwana; "A fronteira de asfalto" and "Zito Makoa, da 4ª classe", by the Angolan writer José Luandino Vieira. Our goal was to try to reveal the place of speech of the characters of the stories, in all them of black and white children, considering the interstitial relations promoted in the narratives in which these characters act. We established a relationship between literature and history of the two countries, Portuguese colonies, as countries that suffered various political and social conflicts as a result of the colonization process. In this troubled scenario and hit by constant wars, we noticed that the representation of situations where the confluence of different cultures ends up creating a space of social conflicts among the subjects of this process, such as racial and social class prejudice, and the emergence of repressive entities that interfere with social life and reallocating the identities in front of latent cultural differences. Specifically, when all conflicts are transferred, in the short stories, to the childhood universe in a period of transition in which the individual suffers from various influences that may act simultaneously to define his personality and identity, these repressive entities act as formers of consciousness of the new generations.