Identidade Cultural e o Corpo

Revista Psicologia e Saúde Gpec

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ISSN: 2177-093X
Editor Chefe: Rodrigo Lopes Miranda
Início Publicação: 01/07/2009
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Identidade Cultural e o Corpo

Ano: 2019 | Volume: 11 | Número: 2
Autores: A. Groh
Autor Correspondente: A. Groh | [email protected]

Palavras-chave: globalização, corpo, identidade, cultura, indígenas, nudez, roupas, dominação

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O ser humano define a sua identidade principalmente pela forma como apresenta, desenha e estiliza o seu corpo. Ao fazê-lo, os indivíduos fazem declarações sobre a sua filiação para um contexto social. A globalização implica uma mudança de identidade entre os membros das culturas menos industrializadas, uma vez que estão expostos aos efeitos da dominação cultural. Para o indivíduo, essa exposição pode ser tanto mais forte quanto mais autônoma era sua cultura de origem antes do confronto. Há uma parcialidade de elementos culturais que estão sendo transferidos, de modo que a cultura industrializada tem um forte impacto em outras culturas. O consentimento global em relação aos padrões de comportamento, especialmente à autoapresentação corporal e aos estilos cognitivos relacionados, leva à obliteração do conhecimento tradicional, que está entrelaçado com o comportamento sobre o qual a identidade foi definida anteriormente. Os elementos culturais transferidos estão sendo utilizados para a construção de identidades pessoais globalmente padronizadas, em que os elementos relativos ao desenho visual do corpo humano são de grande relevância para a autodefinição. A perda de identidades diversas em favor da pertença à sociedade global provoca uma série de problemas que podem ser demonstrados em modelos funcionais. Esses modelos, por sua vez, podem apoiar o planeamento de estratégias de intervenção e o trabalho de resgate. Neste artigo, analisa-se o papel do corpo nos efeitos desestabilizadores da mudança cultural e discutem-se as possibilidades de intervenção.



Resumo Inglês:

Human beings define their identity primarily by the way they present, design and style their bodies. In doing so, individuals make statements about their affiliation to a social context. Globalisation implies a change of identity among the members of less industrialised cultures, as they are exposed to effects of cultural dominance. For the individual, this exposure can be the stronger, the more autonomous his or her culture of origin used to be before the confrontation. There is a bias of cultural elements that are being transferred, so that the industrialised culture has a strong impact on other cultures. Global consent with regard to behaviour patterns, especially to bodily self-presentation and the related cognitive styles, leads to the obliteration of traditional knowledge, which is interwoven with the behaviour upon which identity had been defined previously. The cultural elements transferred are being used for the construction of globally standardised personal identities, whereat elements concerning the visual design of the human body are of major relevance for defining the self. The loss of variegated identities in favour of belonging to the global society brings about a number of problems, which can be demonstrated in functional models. These models, in turn, may support the planning of interventional strategies and rescue work. In this article, the role of the body within the destabilising effects of cultural change are analysed, and chances for intervention are discussed.



Resumo Espanhol:

Los seres humanos definen su identidad principalmente por la forma en que presentan, diseñan y cultivan sus cuerpos. Al hacerlo, los individuos hacen declaraciones sobre sus afiliaciones en un contexto social. La globalización implica un cambio de identidad entre los miembros de culturas menos industrializadas, ya que están expuestos a efectos de dominio cultural. Para el individuo, esta exposición puede ser más fuerte cuanto más autónoma fuera su cultura de origen, antes de la confrontación. Hay un sesgo de elementos culturales que se están transfiriendo, asi pues, la cultura industrializada tiene un gran impacto en otras culturas. Consentimiento global con respecto a patrones de comportamiento, especialmente a los de auto-presentación corporal y estilos cognitivos relacionados, conduce a la obliteración de los conocimientos tradicionales, que se entrelaza con el comportamiento sobre el cual la identidad había sido definida previamente. Los elementos culturales transferidos se utilizan para la construcción de identidades personales estandarizadas globalmente, donde elementos referentes al diseño visual del cuerpo humano son de gran importancia para definir el yo. La pérdida de identidades variadas en favor de la pertenencia a la sociedad global trae consigo una serie de problemas, que pueden ser demonstrados en modelos funcionales. A su vez, estos modelos, pueden apoyar la planificación de estrategias de intervención y trabajo de rescate. En este artículo se analiza el papel del cuerpo dentro de los efectos desestabilizadores del cambio cultural y se discuten posibilidades de intervención.