Este trabalho tem por objetivo realizar uma breve reflexão teórica acerca da modernidade e de um dos acontecimentos mais violentos e traumáticos deste período: o Holocausto. Além disso, pretende-se verificar como tal episódio é representado através da literatura de testemunho e, por fim, trazer um exemplo de um relato de testemunho, Quero viver... memórias de um ex-morto (1976), obra de autoria do judeu-brasileiro Joseph Nichthauser, que narra suas memórias como vítima do Holocausto. A análise do livro, considerando-se a perspectiva do trauma e da representação, evidenciou que a tentativa de reduzir o relato em lógicas lineares, falsearia a dimensão do evento. Para o embasamento desta proposta, servirão como suporte teórico as obras de autores como Alain Touraine, Zygmunt Bauman e Márcio Seligmann-Silva. Assim, é possível refletir sobre um dos mais terríveis fenômenos da modernidade e a sua representação.