Este é um estudo sobre as ameaças realizadas pelo governo federal de promover o licenciamento compulsório das patentes de anti-retrovirais, levando-se em consideração a crise da sociedade de normalização e as transformações por que passam as práticas biopolíticas na atualidade. Tratando essas ameaças jurídicas como acontecimento, foi possível enxergá-las como resultado de uma disputa por poder, na qual Estado-nação e empresa multinacional se utilizaram dos instrumentos jurídicos vigentes de modo a obter controle sobre as práticas que transpassam o corpo vivo e administram suas forças visando à produtividade. Essa disputa é emblemática da crise da sociedade de normalização, que sofre o assédio de uma nova forma de gestão da vida, organizada de acordo com uma lógica empresarial: a sociedade de controle.