GRACILIANO RAMOS: UM SOBREVIVENTE DA DITADURA DE GETÚLIO VARGAS

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ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

GRACILIANO RAMOS: UM SOBREVIVENTE DA DITADURA DE GETÚLIO VARGAS

Ano: 2008 | Volume: 4 | Número: 6
Autores: Joselaine Brondani Medeiros
Autor Correspondente: J. B. Medeiros | [email protected]

Palavras-chave: literatura, crítica social, prisão, autoritarismo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A obra Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos, publicada em 1953, após a sua morte, retrata o período em que o escritor esteve preso em 1936, vítima da ditadura estado-novista em vias de instauração. As quatro partes que compõem a obra: Viagens, Pavilhão dos Primários, Colônia Correcional e Casa de Correção dão uma visão aprofundada da realidade do país e da situação do preso na década de 30. O Cárcere, na obra, desnuda-se, sendo sinônimo de desumanização e desrespeito à vida humana. O ser humano, nesse ambiente, é despersonalizado, degradado e coibido dos seus direitos. Daí se depreende o viés de denúncia e de crítica social presente na obra, à medida que faz referência direta à opressão política, e o cunho testemunhal, abrindo um espaço para os si-lenciados e mostrando uma outra versão da História. A obra, desse modo, torna-se uma forma de questionamento da historiografia oficial, uma vez que abre sul-cos de tensões sociais e políticas muitas vezes não revelados e aponta novos olhares à sociedade e ao próprio ser humano. Ela, usando uma expressão de Walter Benjamin, tenta escovar a História “a contrapelo”.



Resumo Inglês:

The work Memórias do Cárcere, of Graciliano Ramos, published in 1953, after his death, portrays the period in which the writer was imprisoned in 1936; he was a victim of the new state dictatorship when it was to be established. The work contains four parts: Viagens, Pavilhão dos Primários, Colônia Correcio-nal and Casa de Correção. They give a deep view about the country’s reality and the situation of the people who were in prison in the 30s. In this work, the Prison appears as being a synonym of cruelty and disrespect to human life. In this environment, the human being loses his personality, he is degraded and repressed of his rights. Thus, denunciation and social criticism, presented in the work, are implied, while as it makes a direct reference to the political oppression and serves as a witness on opening a space to those who have no voice and on showing another version to the History. In this way, the work becomes itself in a way of questioning of the official historiography since it opens ways of social and political tensions many times not revealed and points new views to the society and to own human being. As Walter Benjamin says, the work tries to brush the History “a contrapelo”.