"Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias": invisibilidade e testemunho

Anuário De Literatura

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Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
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ISSN: 21757917
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

"Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias": invisibilidade e testemunho

Ano: 2014 | Volume: 19 | Número: 2
Autores: Daniela Werneck Ladeira Werneck
Autor Correspondente: Anuário De Literatura | [email protected]

Palavras-chave: testemunho, memória e esquecimento, trauma

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Resumo Português:

Tal artigo visa refletir sobre o testemunho de um trauma coletivo no livro-reportagem do jornalista norte-americano Philip Gourevitch Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias. A narrativa trata da invisibilidade sofrida pelos ruandeses, em especial os da etnia tutsi, durante e após o genocídio de 1994. O jornalista, que se torna mediador de um país que está à margem do mundo, deixa falar os sujeitos que experenciaram o genocídio em Ruanda. Desse modo, nosso objetivo será discutir como, a partir do seu relato de dor e de violência, eles conseguem continuar a viver. Ao falar, acredita-se que esses sujeitos invisíveis aos olhos do mundo podem ser reconhecidos e, com isso, sobreviverem. Para isso, serão utilizados os conceitos de trauma e das impossibilidades do dizer, de Freud e Márcio Seligmann-Silva; a reflexão sobre a celebração do passado por meio dos relatos revivificados, de Beatriz Sarlo, e as questões sobre memória coletiva e individual e esquecimento, de Maurice Halbwachs e Pierre Nora.