GOLPE DE 1964 E COMEMORAÇÃO: MEMÓRIAS E DISCURSOS QUE ENALTECEM A DITADURA CIVIL-MILITAR, CAUSAS DE RESSENTIMENTOS E HUMILHAÇÃO

Das Amazônias

Endereço:
Rodovia BR-364 - Distrito Industrial
Rio Branco / AC
69920-900
Site: https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/index
Telefone: (68) 9208-5377
ISSN: 2674-5968
Editor Chefe: Nedy Bianca Medeiros de Albuquerque
Início Publicação: 31/12/2018
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

GOLPE DE 1964 E COMEMORAÇÃO: MEMÓRIAS E DISCURSOS QUE ENALTECEM A DITADURA CIVIL-MILITAR, CAUSAS DE RESSENTIMENTOS E HUMILHAÇÃO

Ano: 2019 | Volume: 2 | Número: 1
Autores: A. F. Silva, P. A. Azevedo
Autor Correspondente: A. F. Silva | [email protected]

Palavras-chave: História do Brasil, Ditadura Civil-Militar, Discurso, Rememoração.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente trabalho tem origem na disciplina de História do Brasil VI, do curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Acre - Ufac. Os estudos pautaram-se no que predominou na República, a instauração de uma Ditadura Civil-Militar através do Golpe de 1964. Tem-se por objetivo a análise da articulação entre ditadura, rememoração e comemoração, uma vez que, algumas memórias, quando rememoradas e comemoradas, podem ser geradoras de conflitos sociais desrespeitosos aos Direitos Humanos. Portanto, a metodologia teve embasamento na análise do discurso do então deputado federal Jair Bolsonaro, proferido em 2015, em que comemorou o Golpe de 1964. Foi realizada então, uma articulação entre os efeitos da humilhação provocada através da fala, que gerou uma situação traumática, reverberando ressentimentos pelo que os “subversivos” vivenciaram no regime ditatorial, onde prevaleceu o desrespeito, a censura e o impedimento à pluralidade ideológica. A discussão se deu através dos autores, Michel Focault (1996) em seu “A ordem do discurso”; Diego Frichs Antonello (2016) explanando sobre memórias traumáticas; Lopreato (2005) e Pierre Ansart (2004) discorrendo sobre humilhação. Assim, foi possível trazer o entendimento de que a rememoração e a comemoração desse político, gera humilhações e ressentimentos em detrimento da memória coletiva, mediante ao trauma experienciado pelas vítimas do regime. Desta forma, conclui-se que não se deve comemorar este período preponderante na sociedade brasileira, pois o mesmo infringiu e violou os Direitos Humanos causando trauma, ressentimentos e humilhações.



Resumo Espanhol:

Este artículo se origina en el curso de Historia de Brasil VI , del curso de Licenciatura en Historia de la Universidad Federal de Acre - Ufac . Los estudios se basaron en lo que prevaleció en la República, el establecimiento de una dictadura civil-militar a través del golpe de estado de 1964. El objetivo es analizar la articulación entre la dictadura, el recuerdo y la conmemoración, ya que algunos recuerdos, cuando se recuerdan y celebrado, puede generar falta de respeto social por los Derechos Humanos. Por lo tanto, la metodología se basó en el análisis del discurso del entonces Diputado Federal Jair Bolsonaro, entregado en 2015, que conmemoraba el Golpe de 1964. Luego, se hizo una articulación entre los efectos de la humillación causada por el habla, lo que generó una situación traumática, reverberando el resentimiento por lo que los "subversivos" experimentaron en el régimen dictatorial, donde prevalecían la falta de respeto, la censura y el impedimento a la pluralidad ideológica. La discusión tuvo lugar a través de los autores, Michel Focault (1996) en su "La orden del discurso"; Diego Frichs Antonello (2016) explicando sobre recuerdos traumáticos; Lopreato (2005) y Pierre Ansart (2004) discuten la humillación. De este modo, fue posible comprender que el recuerdo y la conmemoración de este político genera humillaciones y resentimientos en detrimento de la memoria colectiva, a través del trauma experimentado por las víctimas del régimen. Por lo tanto, se concluye que este período no debería celebrarse en la sociedad brasileña, porque infringió y violó los Derechos Humanos causando trauma, resentimiento y humillación.