A gênese dos pousos no Brasil moderno. Considerações sobre as formas (urbanas) nascidas da espera

Tempo

Endereço:
Rua Prof. Marcos Waldemar de Freitas Reis, Bloco O, Sala 513, 5° andar
/ RJ
0
Site: http://www.historia.uff.br/tempo
Telefone: (21) 2629-2920
ISSN: 14137704
Editor Chefe: Alexandre Vieira Ribeiro
Início Publicação: 30/11/1996
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

A gênese dos pousos no Brasil moderno. Considerações sobre as formas (urbanas) nascidas da espera

Ano: 2016 | Volume: 22 | Número: 40
Autores: Laurent Vidal
Autor Correspondente: L. Vidal | [email protected]

Palavras-chave: Brasil, pousos, territórios da espera, urbanização, séc. XVII-XIX

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo, ambiciona-se questionar os fundamentos teóricos que orientaram as principais pesquisas sobre os pousos no Brasil, antes de sugerir outras abordagens. Partimos da seguinte definição desses filhos dos caminhos: forma espacial nascida da espera dos homens em deslocamento e dedicada ao acolhimento dos homens em pausa. Mostramos que, longe de ser uma “invenção” brasileira, os pousos se inserem na longa duração das formas espaciais dedicadas ao acolhimento transitório dos homens em deslocamento. Resultando, inicialmente, de uma experiência corporal do cenário selvagem do interior da colônia, conseguiram impor-se na paisagem como estruturas políticas, assinalando a extensão do território colonial. Constituindo um espaço-tempo peculiar, sua leitura necessita articular morfologia e história, mas deve precaver-se do risco evolucionista.



Resumo Inglês:

This article aims at questioning the theoretical foundations that guided the main research on pousos in Brazil, before suggesting further reading. We suggested the following definition of these paths’ sons: spatial form born from waiting men on the move, and dedicated to home men in pause. We show that, far from being a Brazilian invention, the pousos fall within the long tradition of spatial forms dedicated to the transitional home for men on the move. Initially resulting in a bodily experience in the wilderness of the interior of the colony, they managed to establish itself in the landscape as political structures indicating the extension of the Brazilian territory. Constituting an unique space-time, their reading requires articulate morphology and history, but must guard against the risk of evolutionism.



Resumo Espanhol:

Este artículo cuestiona los fundamentos teóricos que guiaron la investigación principal sobre pousos en Brasil, antes de sugerir otras miradas. Dejamos la siguiente definición de estos hijos de los caminos: forma espacial nascida de la espera de los hombres en el camino, y dedicada a su acogida pasajera. Se demuestra que, lejos de ser una invención brasileña, los pousos se insertan en la larga tradición de las formas espaciales dedicada al hogar de transición para los hombres en el camino. Inicialmente lo que resulta en una experiencia corporal en el desierto del interior de la colonia, lograron establecerse en el paisaje como las estructuras políticas que indican la extensión del territorio brasileño. Constituyendo un espacio-tiempo singular, su lectura requiere articular la morfología y la historia, sino que debe protegerse contra el riesgo del evolucionismo.



Resumo Francês:

Cet article prétend interroger les fondements théoriques qui ont orienté les principales recherches sur les pousos au Brésil, avant de suggérer d’autres abordages. Nous sommes partis de la définition suivante de ces fils des chemins: forme spatiale née de l’attente des hommes en déplacement, et dédiée à l’accueil des hommes en pause. Nous montrons que, loin d’être une invention brésilienne, les pousos s’insèrent dans la longue tradition des formes spatiales dédiées à l’accueil transitoire des hommes en déplacement. Résultant initialement d’une expérience corporelle dans l’espace sauvage de l’intérieur de la colonie, ils ont réussi à s’imposer dans le paysage comme
des structures politiques signalant l’extension du territoire brésilien. Constituant un espace-temps singulier, leur lecture nécessite d’articuler morphologie et histoire, mais doit se prémunir du risque de l’évolutionnisme.