Marx, em sua obra O Capital (1867), apresenta uma relação estabelecida no seio da sociedade burguesa moderna: o fetichismo da mercadoria. Por muito tempo esse termo foi tratado com certo descaso e “o desenvolvimento das ideias de Marx acerca do fetichismo da mercadoria não atraiu particular atenção” (Rubin, 1980, p. 68). O artigo parte então da observação do fetichismo enquanto teoria e contribuição à crítica da economia política clássica e, sobretudo, da modernidade. O trabalho traz, a partir da contribuição do texto de Roger Sansi, a história do termo ao longo do tempo, desde o seu uso e designío inicial e será levado até o seu uso final como crítica modernidade-tradição. Feito isso, será mostrado como o golpe retórico utilizado por Marx a partir da inversão do uso desse termo se apresenta como contribuição à sua crítica modernidade-modernidade.