A FENOMENOLOGIA PARA O SENTIMENTO DE VIDA NOS LIMITES DA FINITUDE EXISTENCIAL

Ano: 2020 | Volume: 19 | Número: 38

Autores: GETÚLIO NASCIMENTO BRAGA JÚNIOR

Palavras-chave: Fenomenologia. Perda. Mundo da vida. Ética. Valores. Max Scheler. Edmund Husserl.

Resumo Português:

O artigo pretende refletir, a partir da fenomenologia, sobre as relações humanas em um cenário no qual a vida é ceifada de forma abrupta e em proporções globais.  E nessa trama, presente a questão do estranhamento e da violência em formas mais sutis ou declaradas.  Essa proposição, por seu teor, atravessa, também a relação do sujeito consigo mesmo.  A abordagem põe em perspectiva, a vida e a morte como elementos que intensificam outros enfrentamentos filosóficos, como a finitude, o abandono e a solidão.  Nestes enfrentamentos, a reflexão traz à lume o pensamento fenomenológico, diante da fragilidade da tensão, contida na volatilidade do compromisso entre seres humanos, no processo cooperativo para conservação da vida.  A fenomenologia proposta pelo texto repõe, em dialética, a questão do mundo da vida, enunciada por Edmund Husserl, em sua tese ontológica e, em sequência, também detendo-se na ética material dos valores de Max Scheler, no desafio imposto por uma conjuntura de perdas não reparáveis e na potencial forma de violência moral das reações humanas a eventos dessa natureza.  E, por fim, a prospecção acerca das ações e falas do sujeito, nessa delicada dinâmica vital, são avançadas em ponderação com o sentimento de vida e na presença do sentimento de crise, em desdobramentos mais amplos daquilo que Husserl chamou de crise de uma Europa espiritual, tendo-a como crise da própria humanidade, dentro da qual, a fenomenologia foi concebida e, como a filosofia fenomenológica, lançou reflexões sobre o problema que colocava em condição de aniquilação um projeto de humanidade.

Resumo Inglês:

This article aims to reflect about human relations, from a phenomenological point of view, in a scenario where life is dealing with an abruptly cut in global proportions. And in this plot, the question of strangeness and violence is present in a more subtle way or open forms. This claim, respect to its content, also crosses the subject's relationship with himself. The approach puts life and death in perspective as elements that intensify other philosophical confrontations such as finitude, abandonment and loneliness. In these confrontations, reflection brings to light phenomenological thinking, given the fragility of the tension contained in the volatility of the commitment between human beings in the cooperative process for the conservation of life. The phenomenology how it is proposed by this text, restores in dialectical way, the question of the world of life, enunciated by Edmund Husserl. Therefore, exploits his ontological thesis and, subsequently, also carefully, the material ethics of Max Scheler's values, in the challenge imposed by a conjuncture of non-reparable losses and the potential form of moral violence of human reactions to events of this nature. And, finally, prospection is made about the subject's actions and speeches in this delicate vital dynamic, which are advanced in weighting with the feeling of life and in the presence of the feeling of crisis, in broader developments of what Husserl called crisis of a spiritual Europe, having it as a crisis of humanity itself, within which phenomenology was conceived and, like phenomenological philosophy, launched reflections on the problem that put a project of humanity in an annihilation condition.