Feature interpretability and the positions of 2nd person possessives in Brazilian Portuguese

Revista Filologia e Linguística Portuguesa

Endereço:
Av. Prof. Luciano Gualberto, 403, Prédio de Letras, 2º andar, sala 07
São Paulo / SP
05508-900
Site: http://www.revistas.usp.br/flp/
Telefone: (11) 3091-487
ISSN: 2176-9419
Editor Chefe: Prof. Dr. Sílvio de Almeida Toledo Neto
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística

Feature interpretability and the positions of 2nd person possessives in Brazilian Portuguese

Ano: 2016 | Volume: 18 | Número: 2
Autores: Bruna Karla Pereira
Autor Correspondente: B. K. Pereira | [email protected]

Palavras-chave: 2nd person possessives. DP Concord. Number features. Syntactic position. Cardinals. NumP.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Conceitos como interpretabilidade e valoração de traços-φ (Chomsky, 2001; Pesetsky and Torrego, 2007) têm desempenhado um papel central no estudo dos universais linguísticos. Neste respeito, em português padrão, assim como em outras línguas românicas, os pronomes possessivos carregam traços não interpretáveis de número, que são valorados via concordância nominal. No entanto, certos dialetos do português do Brasil (PB) mostram que o possessivo de 2.a pessoa, principalmente em posição posposta, não concorda em número com o nome. Por exemplo, no dialeto mineiro, um N no singular pode coocorrer com possessivo no plural, que se refere à 2.a pessoa do plural (‘de vocês’). Do mesmo modo, um N no plural pode coocorrer com possessivo no singular, que se refere à 2.a pessoa do singular. Para explicar esses fatos, argumentarei que, nesta gramática, os traços de número no possessivo de 2.a pessoa são (i) traços da pessoa e não do nome e são (ii) interpretáveis. Com base na primeira formulação, prediz-se que ‘seu’ seja o possessivo de 2.a pessoa do singular, e ‘seus’ do plural. Com base na segunda formulação, não se desencadeia concordância em número no possessivo. Além disso, seguindo Danon (2011) e Norris (2014), argumentarei que os cardinais dividem DPs do PB em dois domínios, sendo que os sintagmas situados acima de NumP são marcados com o morfema de plural em concordância nominal, enquanto os situados abaixo de NumP são impedidos de terem esta marca. Assim, pelo fato de o possessivo pré-nominal estar antes do cardinal, ele é obrigatoriamente marcado com o morfema de plural, enquanto o possessivo pós-nominal não tem esta marca. Livre da marca morfológica de concordância nominal, o possessivo pós-nominal de 2.a pessoa favorece a reanálise do ‘-s’ como indicador do número da pessoa.



Resumo Inglês:

Interpretability and valuation of φ-features (Chomsky, 2001; Pesetsky and Torrego, 2007) have played a central role in the investigation of language universals. With regard to that, in standard Brazilian Portuguese (BP), as well as in other Romance languages, possessives have uninterpretable number features, which are valued via nominal agreement. However, dialects of BP, especially the one spoken in Minas Gerais, have shown that 2nd person possessives, in postnominal position, do not have number agreement with the noun. In order to account for these facts, I will argue that, in this grammar, number features on 2nd person possessives are reanalyzed as being: (i) associated with the person (rather than the noun) and (ii) interpretable. From the first postulation, ‘seu’ is expected to be the possessive for 2nd person singular, and ‘seus’ for 2nd person plural. From the second postulation, no number concord is expected to be triggered on the possessive. In addition, based on Danon (2011) and Norris (2014), I will argue that cardinals divide BP DPs into two domains in that phrases located above NumP are marked with the plural morpheme, while phrases below it are unmarked. In this sense, because prenominal possessives precede cardinals (NumP), they must be marked with the plural morpheme for nominal agreement; whereas postnominal possessives, which follow NumP, must be unmarked. Free from the plural marking associated with nominal agreement, postnominal 2nd person possessives favor the reanalysis of the morpheme ‘-s’ as indicating the number associated with person features.