Experiências institucionalizadas: o espaço religioso e as leituras dos convertidos à Assembleia de Deus em Campina Grande - PB

Ano: 2014 | Volume: 2 | Número: 2

Autores: Monalisa Ribeiro Gama

Palavras-chave: Conversão; Espaço Institucional; Habitus; Assembleia de Deus.

Resumo Português:

Embora a conversão seja frequentemente conside-rada um processo individual, como gerador de mudanças no âmbito da visão de mundo do indivíduo e de suas afiliações, este processo ocorre em contextos institucionais permeados por relações sociais. Pensamos aqui a conversão à AD enquanto rito institucional através do qual o ator social incorpora um novo habitus religioso por meio das experiências adquiridas no processo de conversão. Assim como há lugares reservados no espaço social para práticas cotidianas como trabalho ou lazer, existe um lugar para buscar a salvação e este como os demais, possui uma estrutura para isso. A igreja neste sentido contribui para transformar a experiência de conversão numa série de disposições simbólicas vividas pelos sujeitos que se diferenciam neste espaço. Enquanto instituição, a Igreja funciona como espaço físico/simbólico dotado de sentidos. Seu poder regulador das condutas individuais exerce um papel de organizador da comunidade religiosa, promovendo um sentimento de pertença. Na vida cotidiana, nenhuma experiência de conversão é total, completa e perfeita. Diante das complexidades, ambiguidades e diversidades que marcam a experiência humana, a conversão religiosa é muito mais um objetivo buscado do que um produto final. Por isso ao entender a estrutura física da igreja entendemos ao mesmo tempo um modo possível de ser, sentir e agir dos de dentro que se sobrepõe a um modo de ser dos de fora da igreja, através dos diferentes pontos de vista que o espaço representa e reforça.

Resumo Inglês:

Although a conversion is often considered an individual process, as a change generator and not a world vision scope of the individual and his affiliations, this process occurs in institutional contexts permeteaded by social relations. We think here the conversion to AD while the institutional route through which the social actor incorporates a new religious habitus through the experiences acquired in the conversion process. Just as there are reserved seats in the social space for daily practices such as business or leisure, there is a place to seek salvation and this like the others, has a structure for this. The church in this sense contributes to transform the conversion experience in a series of symbolic provisions experienced by the subjects who differ in this space. While as an institution, the church works as a physical/symbolical space endowed with senses. Its regulatory power of individual behavior plays an organizing role of the religious community, promoting a sense of belonging. In everyday life, no conversion experience is total, complete and perfect. Faced with the complexities, ambiguities and diversities that mark the human experience, the religious conversion is much more a sought objective than a final product. So when we understand the physical structure of the church at the same time we understand a possible way of being, feeling and acting from the ones inside that overlay in the way of being from the ones outside the church, through the different points of view that the space represents and strengthen.