Este trabalho consiste numa exegese etnográfica de uma descrição densa. O texto escolhido, além de representar uma tese sobre as indagações de identidade étnica ou coletiva de um grupo cultural designado como palestino, permite uma incursão na alteridade numa esfera sociocultural cheia de incertezas e expectativas numa experiência vivida na localidade do ChuÃ, situada no extremo sul do Brasil, fronteira com o Uruguai, a cerca de 500 km de Porto Alegre. A análise pensa as relações hierárquicas produzidas entre os próprios palestinos, a partir de iniciativas de ajuda ofertadas e aceitas, respectivamente, pelos patrÃcios, isto é, os palestinos detentores do poder econômico e moral e, portanto, os já “estabelecidos†perante os palestinos “recém-chegadosâ€, logo, os outsiders, sem suficiente capital econômico, vinculados aos patrÃcios em termos empregatÃcios ou orientados para a atividade informal de “mascateâ€. Pretende mostrar, também, as relações hierárquicas entre palestinos e uruguaios a partir da problemática de classe que parece sugerir uma relação marcada de diferença.