Estado nutricional de pacientes candidatos a transplante pulmonar em um centro de referência em fibrose cística

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Estado nutricional de pacientes candidatos a transplante pulmonar em um centro de referência em fibrose cística

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Renata Rodrigues Guirau, Vanessa Gimenez Gomes Brilhante, Daniela de Souza Paiva Borgli, Antônio Fernando Ribeiro, José Dirceu Ribeiro
Autor Correspondente: Renata Rodrigues Guirau | [email protected]

Palavras-chave: fibrose cística, estado nutricional, transplante pulmonar,

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: O baixo peso nas pessoas com Fibrose Cística (FC) está relacionado a maior severidade da doença e é um dos fatores de avaliação clínica dos pacientes candidatos a transplante pulmonar.

OBJETIVO: Identificar o estado nutricional de pacientes com diagnóstico de FC, em espera para transplante pulmonar.

METODOLOGIA: Estudo descritivo, de corte transversal, incluindo pacientes com FC e encaminhados para serviço especializado em transplante pulmonar. Os dados coletados foram peso, altura, índice de massa corporal (IMC), albumina sérica, volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), idade, genética, uso de suplementação nutricional oral ou enteral e uso de modulador de CFTR, datados no máximo 3 meses da coleta dos dados.

RESULTADOS: Em relação a variantes do gene CFTR: 4(40%) eram homozigotos, 5(50%) heterozigotos e 1 (10%) tinha outras variantes. A mediana dos valores de VEF1 foi de 28,4±5,6. Os valores de medianas de peso(kg), estatura(m) e IMC (kg/m2) foram, respectivamente: 47,15±8,2; 1,6±0,09 e 18,35±4,2. Todos os pacientes faziam uso de suplementação alimentar por via oral, um recebia nutrição enteral e quatro faziam uso de modulador CFTR (tríplice). A albumina sérica (g/dL) variou de 3,75±0,23. A avaliação antropométrica mostrou 60% dos pacientes com IMC menor que 18,5kg/m2, (valor considerado baixo peso segundo a Organização Mundial da Saúde para adultos). Destes, 30% tinham valores de IMC menor que 17kg/m2 (estes achados se assemelham a outros dados da literatura, indicando baixo peso em pacientes pré-transplante.

CONCLUSÃO: Os pacientes estudados, apesar de apresentarem níveis de albumina sérica normais, mostram que 60% tinham peso abaixo do considerado como eutrofia e 30% deles com peso abaixo do recomendado para realização de transplante. Estes resultados mostram significativas alterações nutricionais dos pacientes candidatos a transplante. Embora maximizar e favorecer condições nutricionais sejam estratégias robustas, adotadas pelas equipes interdisciplinares que cuidam de pacientes com FC, eles terminam sendo encaminhados com altas prevalências de desnutrição para o transplante. Se a avaliação do uso de medicação moduladora poderá interferir nos desfechos analisados dependerá de estudos prospectivos necessários a partir do momento que os pacientes tiverem acesso a estes medicamentos nos centros de referência.