Estação histérica, Goddard e a antropologia da subjetividade contemporânea

Revista Ideação

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ISSN: 2359-6384
Editor Chefe: Laurenio Leite Sombra
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

Estação histérica, Goddard e a antropologia da subjetividade contemporânea

Ano: 2013 | Volume: 0 | Número: 27
Autores: da Silva, C. D. L.
Autor Correspondente: M. G. Rodrigues (editor) | [email protected]

Palavras-chave: Tensão; Estação histérica; Figura; Filosofia Transcendental; Esforço/Esgotamento.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Em seu livro Violence et subjectivité (2009), o filósofo J.-Ch. Goddard lança mão do pensamento de J. G. Fichte para colocar o problema de uma “figura da subjetividade contemporânea” que ele chama de “estação histérica”, na esteira de Deleuze (Logique de la sensation), que via nessa noção o fundo obscuro compreendido no fenômeno da “psicose”, da “crise existencial”, mas também da gênese do pensar no pensamento, do acolhimento do acontecimento. Essa figura caracteriza-se por uma “tensão” que deve ser compreendida como coexistência entre duas dinâmicas inversas: contração extrema de si em uma consciência “demasiado subjetiva” e dissipação da consciência num movimento “demasiado objetivo”, singularização absoluta e desindividuação completa. Goddard, lançando mão de Hölderlin e Nietzsche, reconhece tal tensão na “figura sacrificial de Dionisio Zagreus”, “vítima sagrada” da multidão que o devora em ritual antropofágico. Numa leitura estimulante de textos fichteanos, visitados por Maldiney, Goddard encontrará essa mesma estação entre dois movimentos inversos e complementares na ideia de “pulsão” (Trieb) ou tensão. Propomos reconstituir alguns aspectos dessa leitura que permitem a Goddard lançar as linhas de uma “antropologia do pensamento contemporâneo” através de um de seus aspectos: a figura estacionária da subjetividade histérica.



Resumo Inglês:

In his book Violence et Subjectivity (2009), the philosopher J.-Ch. Goddard makes use of the thought of J. G. Fichte to put the problem of one "figure of contemporary subjectivity" that he calls "hysterical season" in the terms of the author Francis Bacon: Logique de la sensation that sawin this notion the obscure background understood in the phenomenon of "psychosis", the "existential crisis", but also the engendering of thinking in thought, the host of the event. This figure is characterized by an "tension" that should be understood as a coexistence between two inverse dynamics: extreme contraction of itself in a consciousness "overly subjective" and dissipation of consciousness in motion "overly objective", absolute singling and complete deindividuation. Goddard, resorting to Hölderlin and Nietzsche recognizes this tension in a "sacrificial figure of Dionysus Zagreus", "sacred victim" of the crowd that devours it in a anthropophagic ritual. A stimulating reading of Fichte’s texts visited by Maldiney, Goddard will find this same station between two complementary and reverse movements on the idea of "pulsion" (Trieb) or “tension”. We propose to reconstruct some aspects of reading that allow Goddard to revisit the issue Deleuzian of the "hysterical station" to describe a figure of contemporary subjectivity and thus lay the lines of an "anthropology of contemporary thought."