Estética e sociabilidade entre os b-boys da Maré. Driblando as fronteiras do tráfico

Ponto Urbe

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ISSN: 19813341
Editor Chefe: Profª. Drª. Silvana de Souza Nascimento
Início Publicação: 06/08/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia

Estética e sociabilidade entre os b-boys da Maré. Driblando as fronteiras do tráfico

Ano: 2014 | Volume: 1 | Número: 14
Autores: Otávio Raposo
Autor Correspondente: Otávio Raposo | [email protected]

Palavras-chave: juventude, sociabilidade, segregação, violência, hip hop

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A Maré é um bairro de dezesseis favelas no Rio de Janeiro, onde atua um dos mais fortes núcleos de dançarinos de break dance da cidade. A partilha de interesse pela dança foi a responsável pela reformulação das suas redes de amizade, tornando possível que jovens de extremidades opostas do bairro ficassem amigos. Esta questão é relevante devido aos impedimentos no direito de ir vir dos habitantes provocados pelos confrontos armados entre diferentes facções do tráfico de drogas e agravados pela ação truculenta da polícia. Era numa antiga fábrica do bairro que os dançarinos da Maré se reuniam para treinar break dance, onde punham em ação performances e sociabilidades capazes de os aglutinar num mesmo coletivo. Nesse cenário de intensa convivialidade, a prática e estética do break dance reavivava a individualidade desses jovens, desafiando os dispositivos de confinamento que os querem relegar ao anonimato.



Resumo Inglês:

Maré is a neighborhood composed of sixteen favelas (shanty towns), where there is one of the strongest cores of breakdancers in the city. Their interest in dance reformulated their friendship networks and made possible friendship between young people from opposite sites of the neighborhood. The relevance of this issue concerns the constraints on the customary life of the residents imposed by armed conflicts between drug trafficking gangs and increased by the truculent police action. Maré breakdancers gathered to rehearse in a former factory of the neighborhood where they created sociabilities and performances that were able to unite them in a crew. In this environment of intense sociability, breakdancing practice and aesthetics renews their individuality challenging confinement devices that want to keep them anonymous.