Espírito de comércio ou espírito de conquista? Os termos de um debate filosófico na Histoire des deux Indes

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Telefone: (21) 0268-2104
ISSN: 2526-110x
Editor Chefe: Cristiane Almeida de Azevedo
Início Publicação: 31/08/2017
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Filosofia

Espírito de comércio ou espírito de conquista? Os termos de um debate filosófico na Histoire des deux Indes

Ano: 2017 | Volume: 2 | Número: 2
Autores: Stéphane Pujol
Autor Correspondente: Stéphane Pujol | [email protected]

Palavras-chave: espírito de comércio, espírito de conquista, Raynal, Montesquieu, Histoire des deux Indes

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo apresenta a ideia de que a Histoire philosophique et politique des deux Indes, retomando a oposição entre “espírito de conquista” e “espírito de comércio”, feita por Montesquieu antes de ser consolidada por Benjamin Constant, esforça-se para promover um novo tipo de expansão econômica. Aquele texto pretende prevenir toda tentação de poder adquirido pela força ou pela violência, insistindo, mais frequentemente, sobre os efeitos negativos das conquistas, tanto pelos vencedores quanto pelos povos conquistados. Tudo se passa como se a crítica do “espírito de conquista”, de uma parte, e a refutação do “direito de conquista”, de outra parte, fossem, para Diderot/Raynal, a ocasião para interrogar o princípio de soberania e de se perguntar o que é um governo legítimo. Ou seja, a questão da conquista seria uma outra maneira de colocar a questão do bom governo e de articular certos princípios do direito internacional com uma reflexão sobre o regime político das sociedades modernas e europeias.



Resumo Francês:

Cet article présent l’idée selon laquelle l’Histoire philosophique et politique des deux Indes, en reprenant l’opposition entre “esprit de conquête” et “esprit de commerce” instaurée par Montesquieu avant d’être confortée par Benjamin Constant, s’efforce de promouvoir un nouveau type d’expansion économique. En même temps, en insistant le plus souvent sur les effets négatifs des conquêtes aussi bien pour les vainqueurs que pour les peuples conquis, l’Histoire des deux Indes entend prévenir toute tentation de pouvoir acquis par la force ou la violence. Tout se passe comme si la critique de “l’esprit de conquête” d’une part, et la réfutation du “droit de conquête” d’autre part, étaient pour Diderot/Raynal le lieu d’interroger le principe de souveraineté et de se demander ce que c’est qu’un gouvernement légitime. Autrement dit, la question de la conquête serait une autre manière de poser la question du bon gouvernement et d’articuler certains des principes du droit des gens à une réflexion sur le régime politique des sociétés modernes et européennes.