O artigo discorre sobre a organização política de mulheres negras de dois grupos na Bahia, o Coletivo de Mulheres Mãe Marieta e o Marias em Movimento. Enfatizamos processos de resistência e aquilombamento forjados pelas integrantes dos grupos enquanto sujeitas ativas subalternizadas. Trata-se de estudo qualitativo de natureza bibliográfica e documental, cuja análise orienta-se no pensamento de intelectuais negras como Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Conceição Evaristo. Para tal finalidade, fundamentamos nossa análise na interseccionalidade e na escrevivência, com o propósito de problematizar contradições e antagonismos gerados pela exploração/ opressão de raça, gênero e classe e as estratégias de resistência protagonizadas pelas mulheres negras brasileiras. Os resultados apontam para a vivência da organização política das mulheres negras como espaço potente para autorrepresentação positiva a partir de valores ancestrais baseados na experiência coletiva.
The article discusses the political organization of black women from two groups in Bahia, the Mãe Marieta Women's Collective and the Marias em Movimento. We emphasize resistance and aquilombamento processes forged by the members of the groups as subalternized active subjects. This is a qualitative bibliographical and documental study, whose analysis is based on the thought of black intellectuals such as Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro and Conceição Evaristo. To this end, we base our analysis on intersectionality and co-existence, with the purpose of problema tizing the contradictions and antagonisms generated by the exploitation/oppression of race, gender, and class and the resistance strategies carried out by black Brazilian women. The results point to the experience of the political organization of black women as a powerful space for positive self-representation from ancestral values based on collective experience.