Este texto levanta algumas questões que nos instigam a ler teoria e textos de Jorge Andrade para além do seu lugar reconhecido e confortável: Por que retomar as memórias de Jorge Andrade em seus textos? É possível ler a obra de Jorge Andrade através da teoria da autoficção? É produtivo estabelecer pontos de comparação entre a narrativa e a dramaturgia? Neste texto, busca-se entender o uso da memória e da vida pessoal como fonte de imaginário poético para construção dos textos e, no caso de Jorge Andrade, a influência do ingresso na família da esposa, uma tradicional família quatrocentona como recurso poético autoficcional de composição do ciclo Marta, a árvore e o relógio (1951-1970).
This paper raises some questions that makes us read theory and Jorge Andrade’s texts beyond theirs stablished situation: Why resume Andrade’s memories to read his texts? Is it possible to read Andrade’s oeuvre through autofictiontheory? Is it productive to stablish comparison points between narrative and dramatic genres? On this paper we seek to understand the author’s memory and personal life as source of poetic imagination to write his texts. Specifically, on Andrade’s case, his marriage with a traditional family’s daughter as autofictional poetical resource to compare with his work Marta, a árvore e o relógio(Martha, the tree and the clock, 1951-1970).