EPIDEMIOLOGIA SOCIAL E SAÚDE INDÍGENA: UMA VISÃO DA SAÚDE COLETIVA

Boletim Da Saúde

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Início Publicação: 31/10/1969
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Saúde coletiva

EPIDEMIOLOGIA SOCIAL E SAÚDE INDÍGENA: UMA VISÃO DA SAÚDE COLETIVA

Ano: 2007 | Volume: 21 | Número: 1
Autores: Antônio Leite Ruas Neto
Autor Correspondente: Antônio Leite Ruas Neto | [email protected]

Palavras-chave: epidemiologia, saúde indígena, medicina social

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A epidemiologia consolidou-se como o estudo dos problemas
de saúde, dos determinantes e distribuição das
doenças, bem como das alternativas de intervenção. A
sua tradição epistemológica inicia-se com Hipócrates e a
insalubridade dos ambientes, bem como com o desenvolvimento
das ciências biológicas. Essas vertentes influenciaram
as teorias da constituição epidêmica e
contagionista, cuja expressão mais importante foram os
conflitos teóricos do século XIX. A predominância foi do
contagionismo, transformado em teoria microbiana e,
depois, na unicausalidade das doenças, multicausalidade
e preventivismo etapista, sob influência do positivismo. A
contrapartida foi o desenvolvimento das concepções de
saúde coletiva e da epidemiologia social, que buscaram
resgatar as relações dialéticas entre saúde e sociedade.
Novas concepções metodológicas foram apresentadas,
contrapondo-se à causalidade estruturalista e agregando
a metodologia das ciências sociais. Buscaram-se recortes
sociais e étnicos nos estudos epidemiológicos para o delineamento
de perfis epidemiológicos dos vários segmentos
sociais. Neste estudo discute-se também a importância
dos recortes socioculturais, com base no exemplo da
saúde indígena. Descreve-se o modelo de atenção à saúde
indígena e sua relação com a saúde coletiva, salientando-
se as desigualdades em saúde percebidas nos indicadores
quantitativos. Propõem-se estudos acerca dos perfis
epidemiológicos socioculturais dessas comunidades, a
partir da epidemiologia social. Na proposta, as relações
sociais e os aspectos culturais dessas comunidades relacionados
à sua situação de saúde são fundamentais. O
estudo espera contribuir para a necessária reflexão sobre
as práticas no campo da saúde coletiva, indicando o
enfoque integral, com vistas ao suporte aos movimentos
sociais que objetivam uma saúde melhor.



Resumo Inglês:

Epidemiology consolidated itself as the study of health
problems, of the determinants and distribution of
diseases, as well as the intervention alternatives. Its
epistemological tradition begins with Hippocrates and
the environment insalubrities, as well as the development
of biological sciences. These schools were the influences
on theories like the epidemic constitution and
contagionism, well known in the theoretical conflicts
during the nineteen century. The contagionism persisted,
as the microbial theory and, afterwards, in the unicausality
of the diseases, multicausality and stepped prevention,
under positivism influence. On the other hand, there
was a development of conceptions of collective health
and social epidemiology, that sought to rescue the
dialectical relations between health and society. New
methodological approaches were presented, to counteract
structuralist causation ideas, aggregating the methodology
of social sciences. They propose social-ethnic
segmentations in epidemiological studies in order to
clarify epidemiological profiles of several social groups. In
this study it is also discussed the importance of sociocultural
sectioning, based on the example of the Indian
health situation. The specific health care program is
described, as well as its relations with collective health.
Strong inequalities are perceived from health quantitative
parameters. Studies to describe the socio-cultural
epidemiological profiles of these communities are
proposed, based on social epidemiology. To achieve this,
social relationships and cultural aspects related to their
health situation are fundamentals. This study aims to
contribute to the necessary reflection on practices in the
collective health field, suggesting the integral approach.
Thus, it aims to support social movements that seek a
better health.