A reflexão acerca das mudanças e permanências das cidades ribeirinhas na
Amazônia assume uma importância especial, pois permite analisar o perfil sócioespacial
dessas cidades consideradas tradicionais, discutir parâmetros para pensar
polÃticas de desenvolvimento para as mesmas, bem como problematizar o que seja
nelas o direito à cidade. Neste sentido, cabe tomar o jogo entre as particularidades
regionais e singularidades dessas cidades como ponto de partida para o exercÃcio de
um planejamento e de uma gestão que incorporem demandas locais especÃficas,
considerando, em conseqüência, seus principais atributos sócio-espaciais. Para
empreender essa discussão, buscamos levar em consideração as singularidades e
particularidades das realidades sócio-espaciais de três cidades do Nordeste Paraense,
a saber: Baião, Mocajuba e Cametá. Localizadas no Baixo Tocantins, tais cidades estão
situadas entre dois grandes projetos econômicos, a Hidrelétrica de TucuruÃ, no
MunicÃpio de TucuruÃ, e o Complexo Albras-Alunorte, no MunicÃpio de Barcarena. A
partir de suas condições de cidades ribeirinhas tradicionais e das novas redes técnicas
instaladas mais recentemente na sub-região da qual fazem parte, busca-se discutir os processos de mudanças e permanências do ponto de vista socioespacial a elas
relacionados.