Entre memória e esquecimento: a formação das identidades em "Nosso musseque" e "Venenos de Deus, remédios do diabo"

Anuário De Literatura

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Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
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ISSN: 21757917
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

Entre memória e esquecimento: a formação das identidades em "Nosso musseque" e "Venenos de Deus, remédios do diabo"

Ano: 2014 | Volume: 19 | Número: 2
Autores: Carina Marques Duarte
Autor Correspondente: Anuário De Literatura | [email protected]

Palavras-chave: literatura, identidade, memória, esquecimento

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Resumo Português:

Nas obras Nosso musseque, de Luandino Vieira, e Venenos de Deus, remédios do diabo, de Mia Couto, estão representados momentos distintos das nações Angola e Moçambique. A primeira refere-se a fatos ocorridos durante as décadas de 1940 e 1950, quando Angola era ainda colônia portuguesa. A segunda alude a eventos situados na história recente de Moçambique. A proposta deste trabalho é verificar como se constituem as identidades ficcionais nos romances em questão, analisando em que medida elas apontam – em diferentes conjunturas históricas, de países distintos, mas com um passado colonial comum – para uma identidade nacional que está sendo formada. Nossa análise está fundamentada principalmente nas reflexões de Stuart Hall e Michael Pollak acerca da identidade e nas de Paul Ricoeur no que tange ao tema do esquecimento. Os resultados indicam que, na ocasião em a escrita literária está afinada com o discurso de libertação, o texto de Luandino traz implícito o papel da memória como meio de preservação do passado e da tradição. O romance de Mia Couto, por outro lado, enquanto avaliação pós-independência, sugere a importância do esquecimento na construção da nação.