Engajados post-mortem: os translados dos marinheiros mortos pelos torpedeamentos durante a Segunda Guerra Mundial

Revista Nordestina de História do Brasil

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ISSN: 2596-0334
Editor Chefe: Geferson Santana
Início Publicação: 16/01/2019
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Engajados post-mortem: os translados dos marinheiros mortos pelos torpedeamentos durante a Segunda Guerra Mundial

Ano: 2019 | Volume: 1 | Número: 2
Autores: Adriane Piovezan
Autor Correspondente: Adriane Piovezan | [email protected]

Palavras-chave: Morte. Segunda Guerra Mundial. Marinha de Guerra. Monumentos Fúnebres.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Em 1960 é inaugurado no Rio de Janeiro o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial. A comissão de repatriamento dos mortos desde 1953 buscava decidir o destino final dos restos mortais dos soldados caídos na Itália durante o conflito. A partir da construção de um monumento específico, a necessidade de privilegiar outras forças além da FEB (Força Expedicionária Brasileira) se torna essencial. O discurso de unidade nacional contra o inimigo comum numa guerra total pretendia que todas as forças fossem rememoradas no monumento. A Marinha de Guerra foi a arma que contabilizou as maiores perdas no conflito, mas sem enfrentamento direto e sem cadáveres a homenagem a esses mortos seria desproporcional na narrativa proposta pelo monumento. A solução foi trasladar 4 cadáveres de mortos representantes da Marinha do Brasil do Nordeste para o Rio de Janeiro. Com base na documentação de exumação dos cadáveres e de periódicos do período é possível perceber os conflitos dessa resolução que pretendia justificar um discurso e inseri-lo na narrativa de um monumento funerário.



Resumo Inglês:

In 1960 the Monument to the Dead of Brazil in WWII was inaugurated in Rio de Janeiro. The commission for the repatriation of the dead since 1953 sought to decide the final destination of the remains of soldiers killed in Italy during the conflict. From the construction of a specific monument, the need to favor other forces besides the FEB (Brazilian Expeditionary Force) becomes essential. The discourse of national unity against the common enemy in an all-out war meant that all forces should be remembered in the monument. The Navy was the weapon that counted the greatest losses in the conflict, but without direct confrontation and without corpses the homage to those dead would be disproportionate in the narrative proposed by the monument. The solution was to transfer 4 corpses of dead representatives of the Brazilian Navy from the Northeast to Rio de Janeiro. Based on the exhumation documentation of the corpses and periodicals of the period, it is possible to perceive the conflicts of this resolution, which sought to justify a discourse and to insert it into the narrative of a funeral monument.