A proposta deste trabalho consiste numa leitura do romance Sargento Getúlio, de João Ubaldo Ribeiro, buscando destacar o processo de humanização do protagonista em relação com a arte e com a sensibilidade, mediadas pelas figuras de Amaro, seu companheiro de viagem, e Luzinete, com quem cria laços mais ao fim de seu caminho. Ao longo deste artigo, procuramos demonstrar como a própria narrativa vai se tornando como que mais úmida na medida em que Getúlio se aproxima do litoral, em sua viagem, tocada por uma espécie de fertilidade, um impulso criativo que provoca um movimento de deixar-se sonhar, desejar outras coisas, para além do mundo seco e quadrado de onde o protagonista sai no início da jornada. O contato do sargento com a umidade das fabulações de Amaro faz jorrar de si a sensibilidade. Como bases teóricas, traçamos esta leitura fundamentalmente assentada sobre reflexões do campo psicanalítico e esquizoanalítico, com Freud, Winnicott (1975), Petit (2009), Deleuze e Guattari (1996, 2010).
The proposition of this paper is based on a certain reading of the novel Sargento Getúlio, by João Ubaldo Ribeiro, wich undertakes contrast the humanization’s process of the protagonist related with art end sensibility, mediated by Amaro, his traveler partner, and Luzinete, with whom he grows bonds as the narrative comes to an end. Throughout this article, we aim to manifest how the narrative itselfs becomes more wet insofar as Getulio approachs the sea, in his journey, touched by a kind of fertility, a criative impulse, wich causes a moviment that allow him to dream, to wish some other things, to beyond the dry and broken world, from where the protagoist pulls out to his trip. As the sargeant touches the Amaro’s umidity, it gushs from his sisibility. As theoretical bases, we support this reading on thoughts from the psychoanalytic and schizoanalytic fields, brought by Freud, Winnicott, Petit, Deleuze and Guattari (1996).