Eficiência da inseminação artificial em tempo fixo em fêmeas zebuínas na mesorregião Sudeste do Pará, Brasil

Ano: 2019 | Volume: 62 | Número: 8

Autores: Jeferson Silva Carvalho, Matheus Oliveira Cavalcanti, Maiana Silva Chaves, Huber Rizzo

Palavras-chave: Bos taurus indicus, Eficiência reprodutiva, Manejo reprodutivo, Intervalo entre partos

Resumo Português:

A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é considerada uma biotecnologia reprodutiva capaz de promover o aumento dos índices reprodutivos, desempenhando efeito significativo sobre a eficiência bioeconômica da propriedade. Contudo, o sucesso da IATF é dependente de vários fatores que afetam diretamente a taxa de prenhez. Este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito da IATF sobre a fertilidade de fêmeas Nelore da mesorregião Sudeste do Pará e verificar a influência de alguns fatores que podem comprometer a taxa de prenhez. Baseado em um estudo de campo, foram coletadas as informações das fichas de controle reprodutivo de 9.455 fêmeas Nelore pertencentes a nove fazendas e que foram submetidas ao mesmo protocolo de inseminação. As variáveis consideradas foram: fazenda, categoria animal, reutilização do dispositivo intravaginal de progesterona, escore da condição corporal, sêmen do touro e inseminador. A taxa de prenhez foi de 53,4% (5.052 de 9.455), havendo associação entre as fazendas (p < 0,05), com resultados que variaram de 46,8% a 63,1%. A categoria animal afetou a taxa de prenhez (p < 0,05) de nulíparas, primíparas e pluríparas (50,2, 47,2 e 56,0%, respectivamente). Não houve diferença (p > 0,05) quanto à reutilização do dispositivo intravaginal de progesterona de primeiro, segundo, terceiro e quarto uso, com as respectivas taxas de 54,3%, 53,1%, 53% e 51,2%. De acordo com o escore de condição corporal (p < 0,05), fêmeas de escore 3 e 3,25 apresentaram maiores taxas de prenhez, com 59,8% e 54,8%, respectivamente. Em relação à variável touro, 14 foram responsáveis por taxa de prenhez acima de 50%; três com resultados acima de 60% e um touro com 38,3% (p < 0,05). Houve diferença entre a taxa de prenhez e o inseminador (p < 0,05), obtendo resultados que variaram de 45,5% a 71,4%. As melhorias nos sistemas de manejo de cada fazenda poderão refletir de modo expressivo no aumento da taxa de prenhez dos rebanhos da região do Sudeste paraense.

Resumo Inglês:

Fixed-time artificial insemination (FTAI) is considered a reproductive biotechnology capable of promoting the increase of reproductive indices, having a significant effect on the bioeconomic efficiency of the property. However, the success of FTAI depends on several factors that directly affect the pregnancy rate. This study aims to evaluate the effect of FTAI on the fertility of Nelore females of the Southeastern Mesoregion of Pará and to verify the influence of some factors that may compromise the pregnancy rate. Based on a field study, the information on the reproductive control records of 9,455 Nelore females belonging to nine farms was collected and submitted to the same insemination protocol. The variables considered were farm, animal category, reuse of the intravaginal progesterone device, body condition score, bull semen and inseminator. The pregnancy rate was 53.4% (5,052 out of 9,455), with an association between the farms (p<0.05), with results ranging from 46.8% to 63.1%. The animal category affected the pregnancy rate (p<0.05) of nulliparous, primiparous and multiparous (50.2, 47.2 and 56.0%, respectively) animals. There was no difference (p>0.05) regarding the reuse of the first, second, third and fourth use intravaginal progesterone device, with the respective rates of 54.3%, 53.1%, 53% and 51.2%. According to the body condition score (p<0.05), females with score of 3 and 3.25 presented higher pregnancy rates, with 59.8% and 54.8%, respectively. In relation to the bull variable, fourteen were responsible for a pregnancy rate above 50%; three with results above 60% and one bull with 38.3% (p<0.05). There was a difference between the pregnancy rate and the inseminator (p<0.05), with results ranging from 45.5% to 71.4%. Improvements in the management systems of each farm may significantly increase the pregnancy rate of the herds in the Southeastern region.