Edmund Ronald Leach e a dimensão do desequilíbrio

Ponto Urbe

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ISSN: 19813341
Editor Chefe: Profª. Drª. Silvana de Souza Nascimento
Início Publicação: 06/08/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia

Edmund Ronald Leach e a dimensão do desequilíbrio

Ano: 2012 | Volume: 2 | Número: 11
Autores: Rafael da Silva Noleto
Autor Correspondente: Rafael da Silva Noleto | [email protected]

Palavras-chave: teoria antropológica, Leach, desequilíbrio social

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo é uma elucubração teórica a partir de alguns aspectos conceituais, contidos na obra do antropólogo Edmund Ronald Leach, que se referem à sua atenção especial ao que denomino aqui como dimensão do desequilíbrio. Inicialmente, situo a trajetória teórico-metodológica de Leach no que se refere ao seu reconhecimento da realidade social como um meio instável, sujeito a mudanças desencadeadas pela manipulação das regras sociais por parte dos indivíduos que compõem uma dada sociedade. Dessa forma, usando a noção de desequilíbrio social, apresento, subsequentemente, a crítica que Leach fez ao legado funcionalista de Malinowski e seus discípulos, buscando pontos de convergência e divergência entre as elaborações de Leach e as contribuições de outros antropólogos como Lévi-Strauss, Mauss, Gluckman e Radcliffe-Brown. Posteriormente, utilizo algumas obras de Leach como, por exemplo, Sistemas Políticos da Alta Birmânia e Repensando a Antropologia, para destacar as noções de desequilíbrio, instabilidade e ambiguidade com o intuito de refletir sobre as “categorias de desordem”, identificadas por Roberto Cardoso de Oliveira, como norteadoras do paradigma hermenêutico das escolas antropológicas. A intenção é especular sobre possíveis apontamentos, que estariam evidentes em Leach, para uma antropologia apta a lidar com os fatores “subjetividade”, “indivíduo” e “história”. Esta análise finaliza com o entrecruzamento de algumas formulações de Leach e DaMatta, sobretudo no plano dos estudos simbólicos, com o objetivo pretenso de identificar, em DaMatta, correspondências teóricas com o legado de Leach a partir da noção de desequilíbrio (ou instabilidade) social.



Resumo Inglês:

This article is a theoretical reflection based on some conceptual aspects contained in the work of the anthropologist Edmund Ronald Leach, that refer to their special attention to what I call here as a dimension of the unbalance. Initially, I situate the theoretical and methodological Leach’s trajectory with regard to recognition of social reality as a means unstable, subject to changes triggered by the manipulation of social rules on the part of individuals in a given society. Thus, using the notion of social unbalance, I present, subsequently, the criticism that Leach did to the Malinowski's functionalist legacy and his disciples, seeking points of convergence and divergence between the Leach's elaborations and contributions from other anthropologists such as Lévi-Strauss, Mauss, Radcliffe-Brown and Gluckman. Later, I use some Leach's works such as Political systems of highland Burma and Rethinking Anthropology, to highlight the notions of unbalance, instability and ambiguity in order to reflect on the "categories of disorder", identified by Roberto Cardoso de Oliveira, as a guiding to the hermeneutic paradigm of anthropological schools. The intention is to speculate about a possible glimpses, probably evident in Leach, to an anthropology able to deal with the factors "subjectivity", "individual" and "history." This analysis ends with the interlacement of some formulations of Leach and DaMatta, especially in terms of symbolic studies, in order to identify, in DaMatta's work, some connections with the theoretical legacy of Leach from the notion of disequilibrium (or instability) social.