Editorial Revista Espinhaço

Revista Espinhaço

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Site: http://www.revistaespinhaco.com
Telefone: (31) 9972-1002
ISSN: 2317-0611
Editor Chefe: Douglas Sathler
Início Publicação: 31/07/2012
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Geografia, Área de Estudo: Multidisciplinar

Editorial Revista Espinhaço

Ano: 2020 | Volume: 9 | Número: 1
Autores: D. Sathler
Autor Correspondente: D. Sathler | [email protected]

Palavras-chave: Editorial

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Andar de lado para não andar para

trás

. Essa frase não

tem saído da minha cabeça ultimamente.

Explico.

Resgatando um hábito de infância, tirei da gaveta um velho

jogo de tabuleiro na busca por bons momentos de

convivência familiar

em meio

à

pandemia

. O peão, na maior

parte das vezes, avan

ça conforme os dados rolam. No

entanto, as adversidades que surgem no caminho muitas

vezes fazem com que a gente retroceda

a

lgumas

casas no

jogo.

Ninguém gosta de andar para trás. Nem mesmo

d

e

brincadeira

. Agora, imagina na vida real.

As

U

niversidades públicas

brasileiras

me parecem fazer

parte de um grande jogo de tabuleiro, onde tempo perdido

significa prejuízos irreparáveis para gerações de estudantes

que buscam inclusão social na educação. Quando os dados

do jogo político estão favoráve

is, grandes avanços ocorrem

.

Quando os dados se revoltam, o resultado pode ser

desastroso.

A democracia brasileira mostra sinais de fragilidade

frente

ao autoritarismo

e

à

corrosão das instituições democráticas.

Em que pese

todas as garantias constitucion

ais, as

universidades públicas não estão imunes. Os ataques são

vários: esgarçamento dos recursos, enfraquecimento das

instituições de fomento, desorganização geral do MEC,

campanhas de ódio

,

desinformação e

a

desestabilização

política

das

U

niversidades

co

m a indicação

de reitores com

pauta dissonante

da

comunidade acadêmica.

Nesse ambiente desafiador, as forças democráticas ainda

formam boa maioria dentro das

U

niversidades públicas. No

entanto, o momento pede

atenção máxima,

união e

participação

,

para qu

e o peão não se perca e o jogo

não

se

acabe. Infelizmente, comunidades acadêmicas têm

focado

boa parte de seu tempo e energia

no

combate de pautas

obscurantistas, muitas vezes impulsionadas dentro das

próprias instituições. Quando temos sucesso, percebemos

que todo o tempo, suor e saúde investido

s

apenas permiti

ram

que o peão não

retrocedesse

algumas casas

no tabuleiro

.

Dessa forma, andamos de lado e perdemos de vista um futuro

repleto de possiblidades

.

A lógica

que vem sendo

imposta às

U

niversidades e, por

consequência, à vida das pessoas e ao desenvolvimento de

regiões, é cruel e inaceitável. Nunca foi tão importante que

representantes de faculdades, cursos e categorias

a

l

inhados

à

construç

ão democr

ática da universidade

conheçam

com

profundidade

as normas internas e externas que regem as

U

niversidades. D

eve

-

se buscar a aprovação de resoluções ou

de adendos que minem ações pouco simpáticas ao jogo

democrático e, também, oferecer respostas rápidas

e

assertivas

às ações autoritárias.

E

spero que em breve, possamos superar o medo de andar

para trás e focar no

ssas energias em pautas construtivas e de

alto impacto social. Quando esse tempo chegar, e vai chegar,

a maldade e

a insignificância darão lugar ao que é de direito

às U

niversidades: a construção coletiva de pautas plu

rais,

alinhadas ao desenvolvimento

cient

ífico,

tec

nológico e à

formação crítica



Resumo Inglês:

Andar de lado para não andar para

trás

. Essa frase não

tem saído da minha cabeça ultimamente.

Explico.

Resgatando um hábito de infância, tirei da gaveta um velho

jogo de tabuleiro na busca por bons momentos de

convivência familiar

em meio

à

pandemia

. O peão, na maior

parte das vezes, avan

ça conforme os dados rolam. No

entanto, as adversidades que surgem no caminho muitas

vezes fazem com que a gente retroceda

a

lgumas

casas no

jogo.

Ninguém gosta de andar para trás. Nem mesmo

d

e

brincadeira

. Agora, imagina na vida real.

As

U

niversidades públicas

brasileiras

me parecem fazer

parte de um grande jogo de tabuleiro, onde tempo perdido

significa prejuízos irreparáveis para gerações de estudantes

que buscam inclusão social na educação. Quando os dados

do jogo político estão favoráve

is, grandes avanços ocorrem

.

Quando os dados se revoltam, o resultado pode ser

desastroso.

A democracia brasileira mostra sinais de fragilidade

frente

ao autoritarismo

e

à

corrosão das instituições democráticas.

Em que pese

todas as garantias constitucion

ais, as

universidades públicas não estão imunes. Os ataques são

vários: esgarçamento dos recursos, enfraquecimento das

instituições de fomento, desorganização geral do MEC,

campanhas de ódio

,

desinformação e

a

desestabilização

política

das

U

niversidades

co

m a indicação

de reitores com

pauta dissonante

da

comunidade acadêmica.

Nesse ambiente desafiador, as forças democráticas ainda

formam boa maioria dentro das

U

niversidades públicas. No

entanto, o momento pede

atenção máxima,

união e

participação

,

para qu

e o peão não se perca e o jogo

não

se

acabe. Infelizmente, comunidades acadêmicas têm

focado

boa parte de seu tempo e energia

no

combate de pautas

obscurantistas, muitas vezes impulsionadas dentro das

próprias instituições. Quando temos sucesso, percebemos

que todo o tempo, suor e saúde investido

s

apenas permiti

ram

que o peão não

retrocedesse

algumas casas

no tabuleiro

.

Dessa forma, andamos de lado e perdemos de vista um futuro

repleto de possiblidades

.

A lógica

que vem sendo

imposta às

U

niversidades e, por

consequência, à vida das pessoas e ao desenvolvimento de

regiões, é cruel e inaceitável. Nunca foi tão importante que

representantes de faculdades, cursos e categorias

a

l

inhados

à

construç

ão democr

ática da universidade

conheçam

com

profundidade

as normas internas e externas que regem as

U

niversidades. D

eve

-

se buscar a aprovação de resoluções ou

de adendos que minem ações pouco simpáticas ao jogo

democrático e, também, oferecer respostas rápidas

e

assertivas

às ações autoritárias.

E

spero que em breve, possamos superar o medo de andar

para trás e focar no

ssas energias em pautas construtivas e de

alto impacto social. Quando esse tempo chegar, e vai chegar,

a maldade e

a insignificância darão lugar ao que é de direito

às U

niversidades: a construção coletiva de pautas plu

rais,

alinhadas ao desenvolvimento

cient

ífico,

tec

nológico e à

formação crítica