Ecos do populismo do leste europeu em colônia de imigrante

Revista De História Regional

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ISSN: 1414-0055
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Início Publicação: 30/06/1996
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

Ecos do populismo do leste europeu em colônia de imigrante

Ano: 2011 | Volume: 16 | Número: 1
Autores: Maria Luiza Andreazza
Autor Correspondente: Maria Luiza Andreazza | [email protected]

Palavras-chave: Imigração, Ucranianos, Prosvita, Populismo.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Contrariando a tendência historiográfi ca de associar
consciência política aos imigrantes fi xados nas cidades
e consciência étnica aos radicados no meio rural, o presente
estudo busca destacar os efeitos das campanhas de emancipação dos populistas do Leste Europeu nas ações de pioneiros
em colônias rurais brasileiras. Para tanto, reconstrói
as relações de um grupo de imigrantes ucranianos estabelecido
no Brasil com o pároco que os assistiu entre 1911
e 1950. Homem autoritário, João Michalkzuck valeu-se de
inúmeros recursos, em particular da ascendência espiritual,
para assenhorear-se da localidade; suas investidas, por
largo tempo, encontraram ampla resistência. Boa parte dos
pioneiros estava imbuída do espírito Prosvita que animava
o nacionalismo galiciano e, por isso, combatia o domínio do
clero tradicional sobre o campesinato. Contudo, o peso de
uma memória social sacralizada, a distância das lideranças
Prosvita e a pífi a presença do Estado brasileiro para garantir
mínimos direitos aos integrantes dessa comunidade permitiram
que os desmandos e abusos do padre João se desdobrassem
por quatro décadas.



Resumo Inglês:

Countering the historiographical tendency of
linking political awareness to immigrants established in cities
and ethnic consciousness to those rooted in the rural
areas, this study aims to highlight the effects of the campaigns
for emancipation of Eastern European populists in
the actions of pioneers in the Brazilian rural settlements. To
this end, it reconstructs the relations of a group of Ukrainian
immigrants established in Brazil with the parish priest that
attended them between 1911 and 1950. As an authoritarian
man, João Michalkzuck used several resources, especially
his spiritual ascendency, to dominate the region. However,
his attempts faced a strong resistance for a long period of
time. Much of the pioneers were imbued with the Prosvita
spirit that animated the Galician nationalism and, therefore,
fought the domain of the traditional clergy over the peasantry.
Nevertheless, the weight of a sacralized social memory,
the distance of the Prosvita leaderships from the region andthe below par presence of the Brazilian state to guarantee
the basic rights for the members of this community allowed
the excesses and abuses of to unfold for four decades.